Ébola:

União Europeia suspende repatriamento de imigrantes para a Nigéria

A agência responsável pelo controlo das fronteiras da União Europeia decidiu hoje suspender os voos de repatriamento de imigrantes indocumentados para a Nigéria, um dos países com casos confirmados de vírus Ébola.

Ewa Moncure, porta-voz da Frontex, com sede em Varsóvia, capital da Polónia, disse à AFP que os voos de repatriamento co-organizados pela agência “estão suspensos sem data-limite”.

Quatro pessoas já morreram na Nigéria, em sequência do vírus Ébola, que se transmite por contacto directo com sangue, fluidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados, provocando febres hemorrágicas que, na maioria dos casos, são fatais.

Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde, o Ébola causou, em cinco meses, 1.145 mortos, em maior número na Libéria (413), seguido de Guiné-Conacri (380) e Serra Leoa (348).

“Alguns países [da UE], caso da Áustria, tomaram uma decisão semelhante”, suspendendo os voos de repatriamento para países afectados pelo vírus Ébola, adiantou a porta-voz da Frontex.

Os voos de repatriamento são, na maioria dos casos, organizados pelos países onde os imigrantes em situação irregular são detectados, com a Frontex a co-organizar e co-financiar apenas cerca de dois por cento desses voos.

Em 2013, os países da UE repatriaram mais de 160 mil imigrantes em situação irregular, sobretudo para Albânia, Paquistão, Índia e Rússia

 

17 doentes infectados continuam a monte na capital da Libéria

Os 17 doentes infectados com o vírus Ébola que escaparam de um centro de isolamento em Monróvia, capital da Libéria, continuam a monte, informaram as autoridades locais.

“Continuamos à procura dos 17 doentes que fugiram do centro, mas ainda não os encontrámos”, confirmou à AFP o ministro da Informação liberiano, Lewis Brown.

Na noite de sábado, homens armados com bastões e facas atacaram e pilharam o centro de isolamento, levando à fuga dos 17 doentes internados.

À AFP, Fallah Boima, mãe de um dos doentes em fuga, disse não ter tido notícias do filho desde o ataque.

Segundo relataram testemunhas, os assaltantes gritavam palavras de ordem hostis à Presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, que acusam de fabricar uma epidemia de Ébola no país.

“O pior é que aqueles que pilharam o centro levaram colchões e lençóis contaminados com fluidos dos doentes. Arriscamo-nos a estar perante uma situação difícil de controlar”, reconheceu o ministro.

O vírus Ébola transmite-se por contacto directo com sangue, fluidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados, provocando febres hemorrágicas que, na maioria dos casos, são fatais. Nesse sentido, Lewis Brown, designado porta-voz para informações sobre a epidemia de Ébola na Libéria, admitiu a possibilidade de pôr em quarentena a zona de West Point, onde se situa o centro de isolamento atacado, instalado num liceu do bairro onde vivem cerca de 75 mil pessoas. “Os criminosos que pilharam o centro já estarão todos, nesta altura, provavelmente infectados com o vírus Ébola. Pôr o bairro de quarentena poderá ser uma solução”, frisou o ministro.

Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ébola causou, em cinco meses, 1.145 mortos, em maior número da Libéria (413), seguido de Guiné-Conacri (380), Serra Leoa (348) e Nigéria (4).

No dia 8, a OMS declarou a epidemia de Ébola uma “emergência de saúde pública com alcance internacional” e recomendou a adopção de medidas excepcionais para deter a propagação do vírus.

Uma série de países da África Ocidental já declararam também o estado de emergência e várias fronteiras foram encerradas.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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