União de Sindicatos de Setúbal critica situação das urgências
"Nos Serviços de Urgência da península, os tempos de espera para atendimento previstos na triagem de Manchester são largamente ultrapassadas, enquanto os utentes agravam o seu estado de saúde, evoluindo para situações de risco de vida que não são presenciadas pelos profissionais", referiu a União de Sindicatos em comunicado.
O documento acrescenta que os profissionais de saúde vivem "em desespero, exaustos pelas muitas horas de trabalho acumuladas e pelo sofrimento que presenciam diariamente".
"São obrigados a prestar cuidados em serviços que passam em 300% a sua lotação prevista", salienta.
A União de Sindicatos referiu ainda que quando são internados, os utentes continuam em condições "pouco dignas".
"Os utentes têm ainda que esperar a existência de macas disponíveis e são depois transferidos para corredores, onde se amontoam em condições pouco dignas, sem privacidade, empilhados sem espaço mínimo de segurança para controlo de infecção, ou para a circulação dos profissionais e utentes", salienta.
A União de Sindicatos de Setúbal acusa o ministério da Saúde, liderado por Paulo Macedo, de ser o responsável pela situação actual.
"A reestruturação levou ao encerramento e diminuição do horário de atendimento de muitos centros de saúde e de SAP dificultando o acesso dos cidadãos à saúde preventiva. Aumentaram as taxas moderadoras e a implementação da portaria 82/2014 retirou várias valências aos hospitais da região e promoveu a diminuição do número de camas hospitalares", concluiu.