Uma em cada três crianças tem excesso de peso
A obesidade afecta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos e 21% apresentam sinais de pré-obesidade, indica o último estudo conhecido do Sistema de Vigilância Nutricional Infantil (COSI Portugal) realizado em 2010.
O COSI (Childhood Obesity Surveillance Initiative) é um sistema promovido pela Organização Mundial de Saúde e estuda, de forma padronizada, as crianças de dezassete países europeus (Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Noruega, Portugal, Eslovénia, Suécia, Grécia, Hungria, Macedónia e Espanha).
Em termos gerais, e apesar de terem passado mais de três anos sobre o último estudo, a responsável disse acreditar que os níveis de obesidade infantil no país se manterão estabilizados, afirmando que “uma em cada três crianças tem excesso de peso”.
Os dados são referentes a uma amostra de cerca de 5 mil crianças de todo o país que frequentam o ensino primário.
“A obesidade infantil é das doenças mais prevalentes na criança e é um problema geral”, tudo aquilo que “integre o ambiente que envolve a criança é importante para corrigir estas questões”, alertou a nutricionista.
Quanto aos factores que influenciem esta situação, Ana Rito disse que “a família está no topo da lista, porque os pais são os educadores”, porém, não é possível identificar um agente único.
Para dar resposta à doença que a Organização Mundial de Saúde considera como “a epidemia global do século XXI”, o programa MUN-SI para a promoção da saúde infantil em municípios vai lançar, na sexta-feira, dia 28 de Novembro, a campanha “Alimente esta família”.
Segundo adiantou Ana Rito, que também é a directora do programa MUN-SI, esta campanha tem o objectivo de angariar fundos através de chamadas telefónicas para depois levar a cabo acções de acompanhamento nutricional de famílias.
O número da campanha é o 760 10 25 50. Está disponível a partir de sexta-feira, dia 21, sendo que a iniciativa se estende até Abril.
“A cada 200 euros angariados ajuda-se uma família durante seis meses”, explicou.
“As famílias serão identificadas pelos municípios que queiram participar nesta campanha, eles têm um papel extraordinariamente importante porque conhecem as suas realidades e a sua comunidade”, acrescenta.
O programa MUN-SI é coordenado pelo Centro de Estudos e Investigação em Dinâmicas Sociais e Saúde, em parceria com as autarquias e com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e conta com o apoio dos Ministérios da Educação e Ciência e também da Saúde.