Um dador de sangue em cada 3000 é portador do vírus da Hepatite E
Um dador de sangue em cada 3000 é portador, em Inglaterra, do vírus da Hepatite E que pode provocar doença do fígado, de acordo com um estudo que levanta a questão da introdução de exames de rotina para a transfusão sanguínea na Europa.
Publicado hoje na revista médica The Lancet, a propósito do Dia Mundial contra a Hepatite, o estudo baseou-se na análise sistemática de dadores de sangue e mostrou que 79 dadores, em 225 mil, estavam infectados por uma versão do vírus VHE, o genótipo 3, predominante nos países desenvolvidos.
A hepatite E pode ser contraída através de animais, alimentos ou água infectada, nomeadamente nos países em desenvolvimento, assim como através das transfusões sanguíneas. Durante a gravidez, pode igualmente ocorrer a transmissão da infecção de mãe para filho. O vírus foi transmitido em 18 de 43 doentes (42%) que receberam produtos sanguíneos com resultados positivos aos testes, indicam os autores da investigação.
O médico Richard Tedder (da Saúde Pública, em Londres) e os seus colegas estimam que existam anualmente, em Inglaterra, entre 80 mil a 100 mil infecções pelo vírus E. Uma frequência semelhante foi identificada na Suécia e na Alemanha, sugerindo que o vírus está espalhado no continente europeu.
A maior parte das pessoas infectadas recupera sem tratamento. No entanto, o vírus pode ser perigoso, sobretudo para mulheres grávidas, imunodeprimidos (doentes oncológicos e transplantados, entre outros). Em todo o mundo, estima-se que o número de infecções pelo vírus da hepatite E ascenda aos 20 milhões por ano.