Troca de seringas nas farmácias em Dezembro
O programa de troca de seringas está suspenso desde Novembro de 2012, altura em que cessou o contrato entre a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o Ministério da Saúde (MS) e o projecto passou a ser assegurado pelos centros de saúde.
A retoma do programa já fora anunciada em Abril, para começar em Maio, e posteriormente em Julho, altura em que foi assinado novo acordo entre a ANF e o MS.
Agora, o director do Programa Nacional para a infecção VIH/SIDA, António Diniz, diz que “estão criadas as condições” para que o programa seja retomado no início de Dezembro.
Esta informação é corroborada pelo Infarmed, que especifica que o programa de troca de seringas foi um dos pontos abordados na última reunião da Comissão de Acompanhamento dos acordos celebrados entre o MS e a ANF, que decorreu na semana passada.
Quanto aos motivos que têm levado aos sucessivos adiamentos da retoma do programa, o Infarmed disse ter informação de que se devem à DGS, mas não os especificou.
“Segundo nos informou a ANF, está dependente da DGS o início deste programa, encontrando-se a decorrer os preparativos para o seu início”, afirmou fonte oficial da autoridade do medicamento.
António Diniz rejeita estas responsabilidades, garantindo que está tudo pronto há bastante tempo.
“A DGS não é de certeza [responsável]. Temos autocolantes para distribuir nas farmácias, os cartazes, os ‘kits’ comprados, tudo pronto. Estamos preparados, e não é de ontem”.
Segundo o responsável, receberam os autocolantes há três semanas e esta foi a última coisa que faltava e não era sequer “um elemento decisivo”, tudo o resto já estava.
“O circuito de distribuição está montado, temos ‘kits’ em número suficiente, se nos disserem que é para começar amanhã, começamos, se nos disserem que é hoje à tarde, também começamos”, garantiu.
Inicialmente a troca de seringas vai começar em Lisboa e Setúbal – os primeiros sítios que precisam mais, do ponto de vista epidemiológico e de estrutura de farmácias – e depois vai estender-se gradualmente ao resto do país, adiantou.
A Lusa questionou a ANF sobre os motivos que têm posto entraves à retoma do programa, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta.