Testado com sucesso medicamento contra doença parecida ao Ébola em macacos
De acordo com a publicação científica Science Translational Medicine, o medicamento, denominado TKM-Marburg, foi desenvolvido pela farmacêutica canadiana Tekmira para tratar o vírus de Marburgo, doença que teve epicentro em Angola, entre 2004-2005, e que matou mais de 90% das pessoas infectadas.
Os pesquisadores usaram a TKM-Marburg contra Marburgo em 16 macacos Reso (Macaca mulatta) divididos em quatro grupos que receberam, um tratamento em tempos diferente: entre 30 e 45 minutos, ou até três dias após a infecção.
“Todos os macacos tratados, incluindo os que receberam drogas três dias após a exposição, mais ou menos o equivalente a seis dias de uma infecção humana, sobreviveram, enquanto quatro animais não tratados morreram”, refere o estudo, citado pela Science Translational Medicine.
O autor da investigação Thomas Geisbert, um microbiologista da Universidade do Texas Medical Branch em Galveston, assegurou que esta é a primeira experiência do género e destacou a potencialidade da droga no combate ao Ébola, doença que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou recentemente como “emergência internacional”.
Contudo, Thomas Geisbert assinalou que a única forma de confirmar a infecção do Marburgo ou Ébola em seres humanos é esperar alguns dias até que o vírus atinja níveis detectáveis no sangue da pessoa.
A droga Tekmira usa pedaços de material genético - pequenos RNAs de interferência, ou siRNAs - para interromper a capacidade de autor replicação do vírus de Marburgo, atrasando, assim, o curso da infecção.
Recentemente, a empresa canadiana testou a nova medicação em seres humanos e, em Março, a agência norte-americana FDA, que regula o sector de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, deu sinal verde à companhia para desenvolver o remédio TKM-Ébola.
A comunidade científica ainda não descobriu medicamento ou vacina para o Ébola, epidemia que atinge a África ocidental, onde já morreram 1.229 pessoas e foram detectados 2.240 casos de infecção desde Março na Serra Leoa, Nigéria, Guiné-Conacri e Libéria.