Técnico da Direção-Geral da Educação alerta sobre maus hábitos alimentares
“Atualmente, as crianças e os jovens têm hábitos alimentares, ao longo do dia, que não podemos considerar os ideais”, frisou Rui Matias Lima, do Núcleo de Educação para a Saúde e Ação Social Escolar da Direção-Geral de Educação (DGE).
O membro da DGE destacou também a dificuldade em “pôr em prática alterações aos regimes alimentares escolares”, afirmando que "a maioria das famílias portuguesas não percebe a importância de uma boa alimentação”.
Num seminário onde se debateu o futuro do sistema alimentar escolar em Portugal, Rui Matias Lima abordou ainda as novas Orientações sobre as Ementas e os Refeitórios Escolares, estudo que resultou na introdução nas cantinas escolares de 40 ementas vegetarianas e 15 ementas mediterrânicas.
Questões como o desperdício alimentar, a falta de variedade das refeições e uma alimentação adequada foram também alguns dos temas destacados pelos oradores.
Helena Ávila, diretora de qualidade da empresa de restauração Uniself, alertou ainda para a necessidade de combater os “mitos urbanos” sobre as refeições escolares.
“É cada vez mais importante definirmos quem é que regula, assim como quem é que determina o processo escolar. Todos os mitos urbanos que existem sobre as refeições escolares tem de ser desmistificados”, frisou.
Helena Ávila afirmou também que não existe “consistência nos estudos realizados em Portugal” e que por isso, “ninguém sabe dizer, atualmente, qual é o impacto da alimentação escolar no país”.
“Não é útil nem valioso para a profissão sabermos que os colegas que trabalham na restauração escolar não são vistos como promotores de alimentação saudável”, acrescentou.
O ciclo de seminários sobre nutrição comunitária e saúde pública decorre hoje na Fundação Manuel António da Mota, no Porto, e conta com vários oradores como a chefe de gabinete da bastonária da Ordem dos Nutricionistas e docentes da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto.