Tabagismo continua a ser um dos mais importantes fatores evitáveis de morte prematura
O tabagismo causa um grande prejuízo à saúde pública, já que é responsável pela diminuição da qualidade e duração de vida. Fumar diminui a imunidade, aumentando o risco de infeções respiratórias e de morte por tuberculose. Fumar diminui a fertilidade. Fumar durante a gravidez é lesivo para o desenvolvimento fetal e agrava o risco de complicações perinatais. Fumar provoca envelhecimento prematuro. Tem ainda a agravante de ser um factor de risco não apenas para o fumador, mas para todos aqueles que se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo.
O relatório «Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo 2017», apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), revela que morreu uma pessoa a cada 50 minutos, em Portugal, no ano passado, por doenças atribuíveis ao tabaco. O mesmo relatório, com base em estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation, revelaram que em 2016, morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.
A prevalência de consumidores diários ou quase diários de tabaco, entre 2012 e 2016/17, registou uma ligeira redução, passando de 95,2 % para 94,0%.
Sabemos atualmente que o tabaco é uma das principais causas evitáveis de morte prematura por cancro, por doenças respiratórias e por doenças cérebro-vasculares, sendo que uma em cada 4 mortes no grupo dos 50-59 anos é atribuível ao tabaco. Nas mulheres o grupo etário com maior mortalidade foi o dos 45 aos 49 anos (14,5 % do total de óbitos).
No mesmo ano, de acordo com o relatório da DGS, o tabaco foi responsável por 46,4 % das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, 19,5 % das mortes por cancro, 12 % das mortes por infeções respiratórias do trato inferior, 5,7 % das mortes por doenças cérebro-cardiovasculares e 2,4 % das mortes por diabetes.
Há cada vez menos homens e cada vez mais mulheres a fumar, contudo em geral há cada vez mais pessoas que deixam de fumar. Aumentou o número de consultas de apoio à cessação tabágica realizadas no SNS, assim como o número de locais de consulta;
Em 2016, assistiu-se a «um aumento da acessibilidade às consultas de cessação tabágica», tendo-se registado cerca de 31.800 consultas de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos agrupamentos de centros de saúde e unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (um aumento de 3,5% face a 2015), número com tendência a aumentar.
Em Janeiro de 2017, pela primeira vez, foi implementada a comparticipação dos medicamentos antitabágicos sujeitos a receita médica, pelo que num estudo do Eurobarómetro, refere que, cerca de um terço das pessoas fumadoras disse ter tentado parar de fumar em algum momento (35,7 %), 6,3 % nos últimos 12 meses e 30,1 % há mais de um ano. Só em 2016 foram registadas a dispensa de 56.330 embalagens antitabágicos nas farmácias portuguesas. O consumo de um desses fármacos (vareniclina) aumentou cerca de 68,2% no primeiro trimestre de 2017 (mais 6.196 embalagens).
Foram estabelecidas medidas pela DGS de apoio a Sociedade Civil e a comunicação anti-tabágica como:
- Implementar campanhas de sensibilização no âmbito da prevenção à exposição ao fumo do tabaco e da cessação tabágica, com especial enfoque nas mulheres;
- Promover a realização de sessões de divulgação dos principais resultados dos estudos;
- Elaborar e divulgar materiais pedagógicos de informação e sensibilização ao cidadão;
- Celebrar o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) e o Dia Nacional do Não Fumador (17 novembro);
- Elaborar respostas a pedidos de informação por parte de entidades e cidadãos sobre prevenção e controlo do tabagismo.
Em suma, o Tabaco apenas nos tira saúde e dinheiro. Assim com todas as medidas estabelecidas e os apoios disponibilizados não existe razão para mantermos este vício que em nada acrescenta a nossa vida pessoal ou em Sociedade.