Tabagismo
A palavra tabagismo designa o vício de fumar continuadamente quaisquer produtos que contenham tabaco. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o tabagismo como uma doença que se caracteriza pela dependência física e psicológica do consumo de nicotina, substância presente no tabaco.
Os cigarros - definido como uma pequena porção de tabaco seco e picado, enrolado numa mortalha fina ou em palha de milho para se fumar – contêm cerca de 4.720 substância tóxicas, sendo a nicotina a responsável pela dependência. Esta, em conjunto com o alcatrão, é determinante para o rápido enfraquecimento das defesas naturais e das células responsáveis pela oxigenação adequada dos órgãos vitais.
O tabagismo é a maior causa de morte evitável do mundo e, segundo os dados da OMS, vitima anualmente mais de três milhões de pessoas em todo o mundo, um cenário animador se comparado com os cerca de 10 milhões de vítimas que aquela entidade prevê que sejam liquidadas pelo tabagismo em 2020. Para além disso, a mesma organização estima que dentro de 18 anos – em 2030 - aumente em 330 por cento a taxa de mortalidade. Em Portugal, são mais de 12 mil as vítimas mortais, por ano, provocadas directamente pelo tabaco.
A principal preocupação centra-se nos jovens das sociedades modernas, nas quais o vício tem crescido de forma perturbadora e que deverá contribuir em muito para o aumento de mortes. Os mais proeminentes estudos científicos demonstram que é na adolescência que o tabagismo começa, estando a média da experiência do primeiro cigarro e consequente adição situada nos 17 anos, um período de mudanças significativas no corpo humano e por serem estas as faixas etárias com menor capacidade psicológica de resistir às tentações e ao fruto proibido que são os cigarros e outras substâncias ilícitas derivadas.
Face aos perigos que o tabagismo representa, a OMS defende que este problema seja designado de pandemia - o último nível atribuído a uma doença e exclusivo das epidemias generalizadas.
Consequências do tabagismo
Muitos dos fumadores não tem consciência dos perigos a que expõe o seu corpo a cada cigarro que fuma e menos ainda são aqueles que estão cientes de que os efeitos potencialmente mortais deste vício não se manifestam a curto prazo mas após anos de intensa preferência por aqueles.
Aliás, o tabagismo é usualmente definido como um "assassino silencioso”, uma vez que os problemas resultantes são permanentes, irreversíveis e as suas complicações surgem de forma lenta e gradual.
Fumar aumenta a possibilidade de vir a sofrer um acidente vascular cerebral ou um enfarte, de ter cancro do pulmão, da boca ou da laringe, e, nos homens, pode provocar impotência sexual ou agravar outras situações do foro sexual. De acordo com recentes estudos, o consumo de tabaco nas sociedades desenvolvidas é mesmo uma das principais causas de morte directa e indirecta, especialmente fatal quando aliada a uma vida sedentária e alimentação desaconselhada.
Também os fumadores passivos sofrem as consequências do tabagismo com um aumento do risco de sofrerem de cancro do pulmão ou desenvolver complicações cardiovasculares, como a diabetes ou a hipertensão. O último relatório da OMS, datado de 2008, amplia os contornos sombrios das consequências para os fumadores ao afirmar que apenas 14 em cada 100 pessoas com cancro do pulmão sobrevivem mais de cinco anos.