Oito ainda hospitalizados

Surto de legionella causou 12 mortos e 375 doentes

O surto de 'legionella' registado a partir de 07 de Novembro no concelho de Vila Franca de Xira causou 12 mortos e 375 doentes, encontrando-se ainda hoje hospitalizadas oito pessoas, segundo o relatório final do surto.

O documento subscrito pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), refere que estão ainda “sujeitos a investigação epidemiológica ou laboratorial 40 casos adicionais”, na sequência do surto da doença dos legionários ('legionella').

O surto de 'legionella' foi identificado a 07 de Novembro passado em freguesias do concelho de Vila Franca de Xira e controlado em duas semanas, por especialistas da DGS, do INSA e da ARSLVT.

“Ficou demonstrada a correspondência da estirpe de bactérias isoladas numa das torres de arrefecimento de uma unidade fabril local, com a estirpe identificada em secreções brônquicas de doentes”, lê-se no documento.

A 21 de Novembro, no final da última reunião do grupo de trabalho constituído pelo Ministério da Saúde para acompanhar o surto, o director-geral da Saúde disse que as bactérias encontradas em doentes com ‘legionella’ são semelhantes às detectadas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal.

Segundo o documento hoje revelado, a idade média dos doentes foi de 58 anos e, dos 375 casos, 251 (67%) são do sexo masculino e 124 (33%) do sexo feminino. A maioria dos doentes, 78%, residem em Vila Franca de Xira, 11% no concelho de Loures e 11% habitam em outras freguesias.

“Todos os casos identificados tiveram ligação epidemiológica (residência, trabalho, permanência ou deslocação) ao concelho de Vila Franca de Xira ou freguesias limítrofes de outros municípios”, afirmam os autores do relatório. Oito doentes ainda se encontram hospitalizados, embora nenhum em cuidados intensivos.

Em relação aos óbitos, estes tinham idades compreendidas entre os 43 e os 89 anos, nove eram homens e três mulheres.

Até hoje, prossegue o relatório, “o mandado de suspensão do funcionamento das torres de refrigeração das fábricas inicialmente suspeitas foi revogado em todos os casos, excepto numa empresa, com base nas evidências analíticas apresentadas por estas, em como nenhum elemento dos respectivos sistemas de refrigeração apresentava ´legionella´”.

Estas evidências analíticas basearam-se “em resultados obtidos por laboratórios devidamente acreditados, em relação à presença efectiva de bactérias nas amostras de água recolhidas nos mesmos pontos amostrados pela Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT)”.

Os três organismos indicaram ainda que “foram remetidos ao Ministério Público os elementos que poderão eventualmente consubstanciar a prática de um crime de poluição, encontrando-se o processo em Segredo de Justiça”.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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