26 de julho - Dia Mundial dos Avós

SPO deixa alerta para casos de cegueira preveníveis ou tratáveis nos idosos

São, cada vez mais, uns segundos pais. Mais do que dar colo, acompanham filhos e netos, ajudam, educam, partilham alegrias e preocupações. A propósito da celebração do Dia dos Avós, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recorda a necessidade de os mimar, mimo que passa também pelo cuidado com a sua saúde. E, aqui, os olhos não podem ser esquecidos, uma vez que o envelhecimento progressivo da população tem como consequência o aumento da prevalência de doenças visuais, como a catarata, a degenerescência macular relacionada com a idade e o glaucoma, três dos problemas de saúde visual que mais afetam os idosos. É para eles que alerta a SPO, que confirma: o peso da idade não tem que ser uma fatalidade para a saúde visual.

“O cristalino sofre um processo de envelhecimento ao longo dos anos”, confirma Manuel Monteiro Grillo, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO). É à alteração deste cristalino que se dá o nome de catarata, “que é uma das principais causas de cegueira em todo o mundo”. Aliás, de acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde, estima-se que as cataratas venham a ser a causa de cegueira reversível em 50 milhões de pessoas até 2025. Mas não tem que ser assim, confirma o especialista. “Há tratamento disponível capaz de evitar a cegueira e devolver a visão. A oftalmologia evolui muito e consegue dar cada vez mais respostas satisfatórias.”

A este problema junta-se outro, também ele frequente na população mais idosa, a degenerescência macular relacionada com a idade (DMI), uma doença da retina que se manifesta acima dos 50 anos, sendo a sua principal característica a perda da visão central. Por cá, os dados da DGS estimam que este problema progressivo, que é assintomático nas suas formas mais precoces, afete 12,5% da população portuguesa, estando as suas formas mais tardias associadas a perda grave de visão ou cegueira.

Ainda desconhecido por muitos, o glaucoma é subdiagnosticado e “silencioso” ao provocar danos progressivos na visão sem aviso até às fases mais avançadas da doença. Apesar de o tratamento ser eficaz na estabilização desta patologia, é incapaz de reverter as lesões já provocadas. Isto significa que quanto mais precoce o diagnóstico, maior é a visão preservada.

O glaucoma afeta cerca de 80 milhões de pessoas em todo o mundo e representa um problema não só de oftalmologia mas também de saúde pública. É a segunda causa mundial de cegueira (cerca de 9 milhões de cegos por glaucoma em todo o mundo) e a primeira causa de cegueira irreversível evitável. Estima-se que mesmo nos países desenvolvidos só cerca de 50% dos portadores de glaucoma sejam diagnosticados e tratados porque a maioria dos doentes inicialmente não tem alterações visuais percetíveis.

“A nossa maior preocupação aqui é levar as pessoas a procurar cuidados oftalmológicos, uma vez que a maioria apenas recorre ao especialista numa situação tardia, quando é mais difícil realizar um tratamento eficaz”, alerta o presidente da SPO. De facto, são cada vez mais as soluções disponíveis para melhorar a acuidade visual e evitar a cegueira. Não só evoluíram os métodos de diagnóstico, como também os tratamentos, “que tornam hoje possível que se previnam e tratem doenças que há uns anos eram consideradas incuráveis.” O importante é estar atento aos sinais e procurar um especialista.

Fonte: 
Guesswhat
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock