SIM considera "indignidade" número de utentes sem médico de família
O Jornal de Notícias faz manchete com o facto de o governo querer dar mais 600 doentes a cada médico, salientando que será uma medida transitória, a vigorar somente durante três anos, mediante incentivos aos médicos que o aceitem fazer.
“O SIM entende que é uma indignidade o número de utentes sem médico que existem – cerca de 900 mil -, e estamos disponíveis para colaborar para que essas pessoas possam ter o seu médico de família”, explicou o dirigente sindical.
Jorge Roque da Cunha avançou que foi iniciado na terça-feira um processo negocial entre os sindicatos e o Governo, para que os médicos de família possam alargar, durante um período transitório de três anos, o número de utentes que possam seguir.
Segundo o sindicalista, a contraproposta do SIM pretende garantir que exista “um número máximo de utentes que possam ser atendidos de uma forma qualitativamente correcta”.
“Não concordamos com o número proposto”, sublinhou.
Questionado acerca de qual seria o número ideal, Roque da Cunha adiantou que este anda muito próximo dos 1.900 utentes.
“Actualmente, os médicos de família têm 1.550 utentes, número mínimo. Haverá, consoante o regime de trabalho, nas 40 horas por exemplo, alguns médicos com 1.900”, explicou, salientando que a proposta do governo é de que os médicos façam o alargamento de número de utentes de forma voluntaria, frisando que “não são obrigados a aceitar”.
Segundo a noticia do Jornal de Notícias, o Ministério da Saúde volta à carga com a intenção de alargar de 1.900 para um número até 2.500 as listas de utentes dos médicos de família que trabalham em zonas com grandes carências de profissionais, acenando-lhes com o pagamento de incentivos financeiros à semelhança do que já acontece nas Unidades de Saúde Familiares de Modelo B (USF-B), nas quais os médicos recebem mais dinheiro se aceitarem mais utentes.