Sépsis responsável por 22% dos internamentos nos cuidados intensivos
Dia 13 de Setembro é o Dia Mundial da Sépsis, que surgiu pela necessidade de se afirmar perante a população a sépsis como emergência médica, uma vez que pode ser fatal.
Em Portugal, 22% dos internamentos em unidades de cuidados intensivos são devidos a Sépsis adquirida na comunidade e estes casos determinam uma mortalidade hospitalar global de 38%, que no caso de choque séptico chega a atingir 51%.
Em países como os Estados Unidos constitui um grave problema de saúde pública, comportando custos superiores a 20 biliões de dólares em 2011.
Apesar de não se conhecer a incidência real, estimativas conservadoras sugerem que a sépsis ocupa o quarto lugar nas causas de morte a nível mundial.
Então o que se entende por sépsis? Em 1991, surgiu a definição de sépsis como a “resposta inflamatória sistémica do hospedeiro perante uma infecção”. Esta manteve-se inalterada por mais de duas décadas, e recentemente, em Fevereiro do corrente ano, foi alvo de revisão por parte das principais Sociedades Científicas envolvidas neste problema, aceitando-se agora como definição: “disfunção de órgão(s) potencialmente fatal desencadeada por uma resposta desregulada do hospedeiro perante a infecção”.
Esta infecção pode ocorrer em qualquer pessoa, de qualquer idade, e ser de qualquer origem, havendo infecções que mais usualmente evoluem em sépsis como a pneumonia, infecções abdominais ou do tracto urinário.
Existem alguns sinais e sintomas que surgem após o inicio da infecção que nos fazem desconfiar de sépsis tais como febre e aceleração de batimentos cardíacos e da respiração (taquicardia e taquipneia), e outros que são indicadores de gravidade como falta de ar (dispneia), alteração do estado de consciência ou confusão mental e redução do débito urinário, entre outros, podendo o diagnóstico ser auxiliado por exames complementares como análises laboratoriais.
Todavia, a sépsis pode ser tratada com sucesso, e a primeira hora é fundamental devendo o doente receber fluidoterapia e antibioterapia empírica neste espaço de tempo. Assim, o reconhecimento e a intervenção atempadas influenciam de forma significativa o prognóstico do doente, razão pela qual estes doentes deverão ser abordados numa filosofia de “Via Verde”.
Como em tantas coisas, prevenir é o melhor remédio e o mesmo se aplica na sépsis. Devemos prevenir as infecções, cumprindo por exemplo o plano nacional de vacinação, mantendo um estilo de vida saudável com uma alimentação adequada, exercício e descanso, lavar as mãos com regularidade e tomar uma atitude conscienciosa em relação ao uso de antibióticos, tomando-os apenas quando necessário, segundo a prescrição e até ao fim.