Sal e Sódio
1. Quais os produtos alimentares que contêm mais sal na sua? Devemos preferir os alimentos que contenham até quantas mg de sal por 100 g?
O sal e, em particular o sódio podem ser encontrados em vários alimentos nomeadamente os alimentos embalados ou pré-confecionados. Como exemplos podemos apontar as batatas fritas de pacote, aperitivos salgados, enchidos, sopas instantâneas, refeições enlatadas, produtos de salsicharia, charcutaria e alimentos fumados, alguns tipos de queijo, azeitonas, molhos. É importante tomar atenção aos rótulos e procurar, não só a quantidade de sal mas também de sódio (Na): em excesso constitui o verdadeiro inimigo público. Uma regra que pode ser utilizada na seleção dos alimentos é preferir aqueles que não ultrapassam 5% da dose diária recomendada de sal ou sódio (6/2,4 g) por porção.
2. Tendo em conta uma pessoa que está agora a iniciar uma redução de sal na sua alimentação, para começar, qual a quantidade diária de sal que deve adicionar aos seus cozinhados? Quais as ervas aromáticas e especiarias que podem ser boas substitutas do sal?
A quantidade de sal que se deve utilizar nas confeções quando tomamos a decisão de reduzir o sal no nosso dia-a-dia depende muito do ponto de partida. Quem está habituado a confecionar com grandes quantidades terá mais dificuldade em habituar-se ao sabor das refeições sem adição de sal. O importante é ter em mente que mais de 80% de todo o sal que consumimos já se encontra nos alimentos e que, por isso, não haverá necessidade de adicionar durante a confeção. É este o objetivo final. Para o conseguirmos sem que sintamos que estamos a comer comida sem sabor, o sal pode, e deve, ser substituído por ervas aromáticas e especiarias que irão salientar o sabor dos alimentos. O tipo de ervas aromáticas e especiarias a utilizar depende muito do gosto de cada um, mas podemos salientar para a carne o manjericão, o tomilho e o cominho, para o peixe o colorau e o pimentão. O aipo, a hortelã e o louro são ótimos para os estufados ou guisados; os coentros dão um ótimo sabor às marinadas e os orégãos às saladas de alface e tomate.
3. Para quem almoça fora quase todos os dias, levar comida de casa pode ajudar a controlar a ingestão de sal? Se não for possível levar o seu próprio almoço que tipo de alimentos/pratos costumam conter maiores quantidades de sal no restaurante?
Sempre que podermos ser nós a confecionar as refeições tanto melhor porque controlamos perfeitamente as quantidade, sabemos o que precisamos, o que gostamos e o que colocamos em cada confeção. Por isso, sim, levar comer de casa será, com certeza uma excelente ajuda. Se não tivermos essa possibilidade e tivermos que ir a um restaurante, sugerimos que se prefira pratos simples como, por exemplo, carne ou peixe grelhado. Este tipo de prato é feito no momento e podemos dar indicação para não ser adicionado sal durante a confeção. Pelo contrário, os guisados ou estufados são confecionados em maiores quantidades e iguais para todos os clientes pelo que se torna difícil conseguir obter uma refeição sem adição de sal. Outros alimentos a evitar são, claramente, os fritos, os enchidos e aqueles aperitivos tão típicos: o queijo curado, as azeitonas…
4. Li que existem alimentos em que não é necessário usar sal (embora tenhamos esse hábito). Acha uma boa estratégia, por exemplo, sugerir que se elimine o sal de uma salada de tomate e pepino – os únicos frutos em que adicionamos sal sem necessidade?
Na verdade, nenhum alimento precisa ser adicionado de sal. Os alimentos têm o seu próprio sabor, só é necessário habituarmo-nos a ele. As ervas aromáticas e as especiarias são ótimas para salientar o sabor natural dos alimentos sem prejudicar a saúde e é por isso que recomendamos a sua utilização. Outra alternativa é o de adicionar sal natural, com menor teor de sódio como é o caso de SAL&VIDA®.
5. Qual a importância de uma alimentação rica em produtos frescos (não processados) na redução do consumo de sal e porquê? É verdade que o consumo de alimentos ricos em potássio facilita a eliminação de sal do organismo? Recomenda o consumo destes alimentos?
Cerca de 80% do sal ou sódio que ingerimos é proveniente dos alimentos processados e apenas 10% provem dos alimentos frescos. Os alimentos frescos têm naturalmente menores concentrações de sal que, nos alimentos processados é utilizado para dar sabor e para conservar. Fica claro que aumentar o consumo de alimentos frescos em detrimento dos processados é, por si só, reduzir a quantidade de sal que ingerimos e, por isso, é uma excelente opção.
Todos os nutrientes, nas quantidades certas, são necessários ao normal funcionamento do organismo. O potássio é um deles. É verdade que o potássio tem um efeito benéfico na eliminação do sódio e bastará uma dieta equilibrada, rica em legumes, verduras e leguminosas para atingirmos a dose diária recomendada de potássio (4,8g) e assim usufruirmos dos benefícios deste nutriente.
6. Dentro dos tipos de sal existentes (grosso, fino, flor de sal, sal marinho...) qual o menos prejudicial à saúde (por exemplo, existe algum que dado a sua composição nos leve a usar em menor quantidade)? O que devemos privilegiar (e evitar) na sua composição (rótulo)?
Na verdade não existem diferenças significativas entre os vários tipos de sal referidos no que respeita à quantidade de sódio (que é o verdadeiro responsável pelos malefícios do sal). A opção, nomeadamente para quem não se consegue habituar ao sabor das refeições sem adição de sal, pode passar pela utilização de sais com menor quantidade de sódio. SAL&VIDA® é uma boa opção já que é um sal natural que, pela sua origem tem também naturalmente menor quantidade de sódio.
7. Para quem tem dificuldade em reduzir a quantidade de sal na alimentação considera que os novos substitutos de sal são uma boa opção? Devemos começar por utilizá-los como: na confeção dos alimentos ou no prato? Existem critérios a ter em conta na escolha deste tipo de produtos e na sua utilização? Quais?
Os substitutos de sal, como o próprio nome indica, não são propriamente sal. São produtos químicos, na maioria das vezes produzidos pela substituição de sódio por potássio que, embora na dose diária recomendada, seja benéfico, em excesso pode ser muito prejudicial à saúde. O que sugerimos, nestes casos, é a utilização de sais naturais com menor quantidade de sódio. As confeções devem ser feitas sem qualquer adição de sal e recorrendo, como dissemos anteriormente, à utilização de ervas aromáticas e especiarias. No final, e já à mesa, caso ainda sinta necessidade do sabor salgado, cada pessoa deve adicionar, no seu prato, um pouco deste sal. Desta forma mantemos o sabor diminuindo os riscos para a saúde.
8. Quanto tempo é que o nosso organismo (papilas gustativas) demora a desabituar-se do sal? Em que tipo de cozinhados é mais fácil abdicar da adição de sal (por exemplo, sopas, estufados, assados?)?
Não é fácil determinar quanto tempo as papilas gustativas demoram a habituar-se a novos sabores porque isto depende muito de pessoa para pessoa. Sabe-se que, se reduzirmos 20 por cento de sal que ingerimos, em dois ou três meses habituamo-nos a esse nível de sal. Nas confeções que tenham algum tipo de caldo ou molho é mais fácil abdicar do sal porque também é mais fácil adicionar vários ingredientes, ervas aromáticas e especiarias que vão dar sabor à refeição o que fará com que não nos apercebamos da inexistência de sal.
9. Para uma pessoa que pretende reduzir o consumo de sal em que altura aconselha retirar o saleiro da mesa?
Saliento que nem todas as pessoas o conseguirão fazer em oitos dias. Este é um processo mais ou menos demorado dependendo dos hábitos e da força de vontade de cada uma; haverá aqueles que não se habituam (alternativa: adicionar sal natural com menor teor de sódio) e acabam por desistir, e, aqueles que tomam a decisão de deixar de cozinhar com sal em, a partir daquele momento, não o voltam mesmo a fazer. Dito isto, uma das primeiras coisas a fazer é exatamente retirar o saleiro da mesa. A exceção será quando optamos por utilizar um sal natural com baixo teor de sódio. Aí faz sentido colocá-lo na mesa, até porque temos um maior controlo em relação à quantidade que utilizamos em cada prato e damos a possibilidade de cada pessoa adicionar a quantidade que pretende.
10. Existe mais alguma estratégia importante para a redução de sal que ainda não tenhamos aqui focado? Se sim, diga-nos qual/quais e porque é/são importante(s)?
Parece-me que já abordámos os temas principais. Em jeito de resumo, é importante:
- Diminuir gradualmente (até abolir) a quantidade de sal que se adiciona durante a confeção das refeições;
- Não levar o saleiro para a mesa ou temperar com um sal com menor teor de sódio;
- Substituir o sal usado na confeção das refeições por ervas aromáticas, especiarias ou sumo de limão;
- Ler os rótulos dos alimentos, comparar e optar por alimentos que tenham, no máximo, 5% da dose diária recomendada de sal e de sódio (tabelas do site “Menos sal mais sabor a Vida”);
- Evitar consumir alimentos com elevado teor de sal.