Saiba distinguir as dores de cabeça
Será difícil encontrar quem não tenha tido, em algum momento da sua vida, uma dor de cabeça.
Desencadeadas por vários fatores, afetam, no entanto, mais mulheres do que homens.
Irritabilidade, dificuldades na relação interpessoal, distúrbio do sono são algumas das consequências para quem sofre de crises frequentes.
Sendo de origem benigna, ou seja, que não são fruto de patologias graves subjacentes, a enxaqueca e a cefaleia de tensão são o tipo de dor que mais acomete a população adulta.
Enxaqueca
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, cerca de um em sete adultos sofre de enxaqueca.
Embora acometa indivíduos de ambos os sexos, independentemente da sua idade, os dados mostram que as mulheres têm a probabilidade de ser três vezes mais afetadas do que os homens.
Começando, habitualmente, na infância ou puberdade (no caso das raparigas), parece existir uma predisposição genética para quem sofre desta afecção.
As crises podem manifestar-se uma ou duas vezes por ano. No entanto, há quem delas padeça várias vezes por mês.
A dor é geralmente de intensidade moderada a forte e faz-se acompanhar de outros sintomas, como a sensação de enjoos ou vómitos, intolerância à luz ou a ruídos forte.
A localização da dor é unilateral, afetando quase sempre o mesmo lado da cabeça.
Habitualmente, a dor da enxaqueca piora no exercício das atividades quotidianas. Por isso, quando em crise, o paciente procura o repouso. Sabe-se que este tipo de dor tende a melhorar após um período de sono.
Como refere a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, existem vários fatores que podem desencadear uma enxaqueca, e estes podem variar de pessoa para pessoa:
- Determinados alimentos
- Saltar refeições
- Refeições inadequadas
- Desidratação
- Cafeína
- Alterações nos padrões do sono (dormir muito ou dormir pouco)
- Exercício intenso
- Viagens de longa distancia com alteração do fuso horário
- Alterações meteorológicas acentuadas
- Stress, ansiedade
- Menstruação, contracepção hormonal e terapêutica de substituição hormonal
O tratamento da enxaqueca passa por medidas comportamentais e medicamentosas.
Praticar exercício físico, evitar períodos de jejum ou privação de sono prolongados, evitar ou minimizar o stress são aspetos essenciais para combater as crises.
Os medicamentos utilizados incluem analgésicos e antieméticos para controlar os enjoos e vómitos.
Cefaleia de tensão
A Cefaleia de tensão é o tipo mais comum de dor de cabeça. Embora nunca seja grave, pode tornar mais difícil a realização das tarefas normais.
Geralmente, este tipo de cefaleia é descrita como um aperto ou uma pressão, como se a pessoa tivesse uma faixa apertada em volta da cabeça ou usasse um chapéu muito apertado.
A dor é, geralmente, moderada ou ligeira e tende a localizar-se nos dois lados da cabeça, espalhando-se, com frequência, até ao pescoço ou coluna.
Embora não se faça acompanhar por outros sintomas, algumas pessoas apresentam intolerância à luz ou a ruídos fortes e perda de apetite.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, este é um tipo de dor de cabeça que afeta ou provém dos músculos e das suas ligações.
Acomete homens e mulheres de qualquer idade, e as suas crises pioram em períodos de sobrecarga física ou emocional.
Entre os fatores desencadeantes encontram-se a ansiedade, o stress ou a má postura, por exemplo.
Por isso, a prática de exercício físico regular seja altamente recomendada. Sabe-se que este tipo de cefaleia é mais comum nas pessoas que não fazem exercício.
O tratamento da cefaleia de tensão passa por uma avaliação neurológica e deve ser adaptada a cada caso.
Para além da medicação que alivia os sintomas, existem outras medidas não farmacológicas que podem ajudar nestes casos. A acupunctura e algumas técnicas de relaxamento (como as massagens, banho quente ou ioga) são também recomendadas pelos especialistas.