Rotavírus, a principal causa de diarreia infantil
A infeção por rotavírus é bastante frequente uma vez que este agente é extremamente contagioso e resistente ao meio ambiente.
A verdade é que, quase todas as crianças, em algum momento, vão ser infetadas por este vírus, independentemente das suas condições socioeconómicas.
Afeta sobretudo crianças com menos de cinco anos, sendo registados anualmente cerca de 150 milhões de casos em todo o mundo.
A sua principal fonte de transmissão é a via fecal-oral, água ou alimentos. O contato com pessoas infetadas, objetos contaminados e secreções respiratórias são outras formas de contágio.
Habitualmente, as crianças são contagiadas nos primeiros anos de vida. No entanto, os casos mais graves da doença costumam ocorrer em crianças até aos dois anos de idade - entre os seis e os 24 meses.
Crianças prematuras ou com deficiência imunológica estão sujeitas a um quadro mais grave da doença.
Os sintomas da infeção por rotavírus são variáveis. Para além da diarreia – que pode durar entre cinco e nove dias -, também se pode assistir a episódios de vómitos, febre, dor abdominal e falta de apetite.
Quando a doença apresenta os sintomas, estes costumam surgir, em média três dias depois da contaminação.
A gravidade desta infeção varia entre a ausência de sintomas e a desidratação, que pode ser fatal.
Na realidade, a desidratação é considerada o sintoma mais grave das infeções intestinais. Os sintomas mais importantes para confirmar esta condição são: a ausência de lágrimas, pouca saliva (boca e língua secas), extremidades frias, respiração acelerada e pulso fraco.
Para repor as perdas de água provocadas pela diarreia, evitando a desidratação do organismo, deve-se ingerir uma grande quantidade de líquidos. E, caso seja necessário, recorrer à utilização de soros de rehidratação oral – o tratamento preferido para as crianças com diarreia.
Deve manter-se a alimentação, tanto quanto possível, sendo que os especialistas alertam para a importância do aleitamento materno como arma contra a doença, uma vez que são conhecidos os benefícios da amamentação sobre o aleitamento artificial.
Habitualmente, os quadros leves da doença são tratados em casa, sendo que apenas os casos mais graves necessitam de internamento hospitalar.
Mesmo sendo difícil prevenir a infeção por rotavírus, deve-se ensinar às crianças, desde cedo, a importância de lavar as mãos depois de ir à casa de banho e antes das refeições.
Desde 2006 que, em Portugal, existe vacina contra o rotavírus mas, e apesar de recomendada pelos pediatras, esta não faz parte do Plano Nacional de Vacinação.