Romper “escudo protector” de células cancerígenas
Durante mais de um século, investigadores ficaram intrigados com a capacidade incrível das células cancerígenas de escapar do sistema imunológico. Eles sabiam que as células eram grotescamente anormais e deveriam ser mortas pelos glóbulos brancos do sangue. No laboratório, em placas de Petri, os glóbulos brancos do sangue atacavam as células cancerígenas. Por que, então, os cancros conseguiam sobreviver no corpo?
A resposta, quando finalmente surgiu há poucos anos, chegou com um bónus: uma forma de impedir a estratégia do cancro. Os cientistas descobriram que os cancros envolvem-se num escudo protector invisível. E descobriram que podem entrar nesse escudo com as drogas certas.
Quando o sistema imunológico fica livre para atacar, os cancros podem encolher, parar de crescer e até mesmo desaparecer nos doentes felizardos com as melhores respostas. Pode não importar que tipo de cancro a pessoa tem. O que importa é permitir que o sistema imunológico faça o seu trabalho.
Até ao momento, os medicamentos foram testados e ajudaram doentes com melanoma, cancro do rim e de pulmão. Em estudos preliminares, também parecem ser eficazes em cancro da mama, do ovário e do cólon, estômago, cabeça e pescoço, mas não no de próstata.
Ainda é cedo, é claro, e restam dúvidas. Por que apenas alguns doentes respondem às novas imunoterapias? Essas respostas podem ser previstas? Assim que repelidos pelo sistema imunológico, por quanto tempo os cancros permanecem sob controlo?
Ainda assim, os investigadores consideram estar a ver o início de uma nova era na medicina do cancro.