Risco de transmissão do vírus da gripe das aves para humanos continua baixa
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Numa conferência de imprensa, a agência de saúde da ONU referiu que em cerca de sete por cento das pessoas infetadas com a gripe aviária H7N9, os cientistas identificaram mudanças genéticas.
Estes vírus poderiam ser resistentes ao Tamiflu, o tratamento recomendado para a doença e a droga que está a ser armazenada em todo o mundo em preparação para uma eventual pandemia de gripe.
Wenqing Zhang, a chefe do departamento de gripe da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que a taxa de mutação é semelhante à identificada em anos anteriores.
"A mudança constante é a natureza de todos os vírus da gripe", disse a responsável da OMS.
Wenqing Zhang Zhang afirmou que os vírus resistentes foram detetados em pessoas que já haviam sido tratadas com Tamiflu, dissipando os receios de que estes possam estar a adquirir resistência espontaneamente na natureza.
A responsável da OMS disse que as mutações no vírus H7N9 também o tornaram mais mortal para as aves, mas não está claro o que isso pode significar para os seres humanos.
Também Wendy Barclay, a responsável pelo centro de gripe do Imperial College de Londres disse que, embora os casos de gripe aviária tenham aumentado este ano, não há indicação de que o vírus esteja a adaptar-se mais facilmente à transmissão humana.
Com base nas sequências genéticas dos vírus, não há mudanças suficientes para sugerir que estaria prestes a explodir numa pandemia", disse Wendy Barclay.
Entretanto, alguns cientistas têm levantado preocupações sobre se a China está a compartilhar informações suficientes.
No início deste ano, o país anunciou, de uma só vez, cerca de 100 casos, um atraso que poderia comprometer os esforços para rastrear quaisquer mudanças na propagação do vírus.
"Precisamos sempre de mais detalhes e de informações mais rápido", disse Michael Osterholm, da Universidade de Minnesota, acrescentando que a gripe das aves continua a preocupar, sublinhando a vulnerabilidade do mundo para a pandemia de gripe.
"Nós não estamos em melhor posição para responder do que estávamos durante a pandemia da gripe suína (2009)", afirmou Osterholm.