Restringir acesso à contracepção não aumenta natalidade
A propósito do Dia Mundial da Contracepção, que se assinala na sexta-feira, a Associação Portuguesa para o Planeamento da Família (APF) e a Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPC) lembram que a Noruega é o país do mundo onde se utiliza mais contracepção e um dos países europeus com maior taxa de natalidade.
Já Portugal é o segundo país que mais recorre à contracepção e um dos que têm a taxa de natalidade mais baixa na Europa.
A propósito dos valores “preocupantes” da natalidade em Portugal, a APF e SPC lembram que são múltiplos os factores para as mulheres terem menos filhos ou decidirem tê-los mais tarde.
As duas organizações frisam que “o acesso à saúde sexual e reprodutiva é um direito fundamental do indivíduo” e avisam que “restrições no acesso à contracepção e ao aborto não conduzem ao aumento da natalidade mas sim ao risco de uma gravidez não desejada”.
Todos os anos ocorrem no mundo 208 milhões de gravidezes e mais de 40% delas não são planeadas. Muitas dessas (33 milhões) acontecem por falha ou uso incorrecto de contracepção.
As estimativas apontam ainda para que metade das gravidezes não desejadas termine em aborto.
“É a tua vida, é o teu futuro” é este ano, internacionalmente, o tema do Dia Mundial da Contracepção, que pretende promover os métodos anticoncepcionais como essenciais para a saúde, “com a visão de que todas as gravidezes que ocorrem no mundo sejam desejadas”.