Reunião com Sindicato

Reforço de enfermeiros é prioridade para a Administração Central do Sistema de Saúde

O reforço de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde é uma prioridade e só no primeiro semestre foram contratados 409 enfermeiros, segundo a Administração Central do Sistema de Saúde.

A Administração Central do Sistema de Saúde ACSS reuniu-se com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), no dia em que mais de 80% dos enfermeiros do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) estiveram em greve, para protestar contra a falta de profissionais, que, segundo o sindicato, ultrapassa os 400, só nos seis hospitais do grupo. Chegou também a estar marcada uma reunião entre o secretário de Estado Adjunto da Saúde e o SEP, mas foi desmarcada pela tutela, que a adiou para 17 de Setembro, disse o SEP.

A reunião da ACSS destinou-se a “analisar as contratações de pessoal de enfermagem pelas entidades públicas empresariais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, diz um comunicado da ACSS, que adianta que em análise esteve o ponto de situação da celebração, renovação ou conversão de contratos individuais de trabalho, por parte de entidades públicas empresariais do SNS. Serviu ainda, adianta-se no comunicado, para iniciar a discussão sobre a definição de necessidades e critérios para enfermeiros-principais nos serviços do SNS.

No mesmo comunicado pode ler-se que, no ano passado, foram recrutados 579 novos enfermeiros, num ano em que se registaram 432 saídas do SNS, por motivo de aposentação.

“Em comparação com outros países da OCDE, Portugal registava, em 2013, um rácio de enfermeiros por mil habitantes de 6,23 e, em 2010, esse valor era de 5,92. Em 2012, Espanha registava um ratio de 5,3 enfermeiros por cada mil habitantes”, diz o comunicado.

Num dia marcado pela greve, a dirigente do SEP Isabel Barbosa disse que a elevada adesão demonstrou o “enorme descontentamento” dos enfermeiros.

Em frente ao Hospital de São José concentraram-se, cerca de meia centena de enfermeiros, empunhando cartazes com escritos como “Menos enfermeiros, menos cuidados” ou “Não à destruição do SNS”, e gritando palavras de ordem como “Macedo escuta, os enfermeiros estão em luta” e “A saúde é um direito, sem ela nada feito”.

Só naquele hospital, a adesão à greve chegou aos 82%, acima dos 78% do Hospital Dona Estefânia e dos 79% do Hospital de Santa Marta e da Maternidade Alfredo da Costa.

Níveis de adesão mais elevados registaram os hospitais Curry Cabral e Santo António dos Capuchos, com 86% e 92%, respectivamente.

Segundo Isabel Barbosa, a principal razão da convocação da greve foi a carência de enfermeiros e as consequências que daí advêm: encerramento de camas nos serviços, redução do número de enfermeiros para prestar cuidados aos utentes, milhares de horas acumuladas e centenas de feriados por serviço acumulados. “Os enfermeiros não aguentam mais, precisam de tempo de descanso adequados, quer para a saúde deles próprios quer para a qualidade dos próprios cuidados prestados aos utentes. Portanto esta é uma greve não só para defender os direitos dos enfermeiros, mas para defender os utentes e o SNS”, desabafou.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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