Recorrer à justiça para garantir tratamento da hepatite C
“Os cinco centros hospitalares universitários, que querem cumprir a sua missão de tratar os seus doentes com equidade, adoptarão as medidas legais e outras que considerem adequadas para garantir e defender o direito de todos os doentes ao acesso aos tratamentos”, afirmam os presidentes dos centros hospitalares de São João, do Porto, Universitário de Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.
Em comunicado, os responsáveis adiantam ser “insustentável” o valor que têm sido obrigados a pagar para o tratamento da hepatite C em Portugal.
“Um preço que retira a capacidade aos mesmos de tratar todos os seus doentes e que obriga à avaliação de medidas de acção”, sustentam.
Os presidentes dos centros hospitalares lembram que a hepatite C “é uma epidemia que afecta gravemente um elevado número de cidadãos que estão à responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, sendo que “o estado da arte permite a cura da esmagadora maioria dos doentes com esta patologia”.
Afirmam ainda que os hospitais portugueses, designadamente os universitários, têm feito ao longo dos últimos anos um forte esforço no investimento em tratamentos inovadores, nomeadamente os da hepatite C.
O Jornal de Notícia noticiou na quarta-feira a união dos maiores hospitais do país contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C.
De acordo com o JN, “os hospitais de S. João e de Santo António, no Porto, os Hospitais Universitários de Coimbra, o Hospital de Santa Maria e o Centro Hospitalar Lisboa Central (S. José) decidiram unir-se e tomar uma posição de força contra a farmacêutica norte-americana Gilead Sciences”.
“Os cinco hospitais juntaram-se para interpor uma providência cautelar por abuso de posição dominante contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C” e “vão fazer queixa na Autoridade da Concorrência”, escreve o matutino.