Quase um em cada três europeus com consumo de risco de álcool uma vez por mês
No trabalho a ser apresentado, um estudo europeu, salienta-se também que entre 40 a 50% dos participantes nesse estudo apoiam medidas de controlo do álcool, como preços elevados, restrições do número de locais de venda, restrições de publicidade e testes aleatórios a condutores.
“Cerca de um quinto dos europeus representados no estudo coabitaram com um consumidor excessivo na sua infância ou adolescência e aproximadamente metade das pessoas referem ter sido negativamente afetados por essa pessoa. Quase 30% dos entrevistados referiram ter sido lesados por um consumidor excessivo, nos últimos 12 meses”, diz um comunicado da organização.
A conferência junta nomeadamente eurodeputados e responsáveis pela área da Saúde de vários países e é organizada pela Ação Comum Europeia para a Redução dos Efeitos Nocivos do Álcool (RARHA), uma iniciativa dos Estados membros da União Europeia.
O trabalho da RARHA decorreu entre 2014 e 2016, e envolveu 32 parceiros associados e 29 parceiros colaboradores de toda a União Europeia, a que se juntaram a Noruega, Suíça e Islândia.
Destinou-se a contribuir para um melhor conhecimento dos riscos associados ao consumo de álcool e formas de lidar com a questão, e a conferência final de Lisboa destina-se a apresentar os resultados desse trabalho, as suas análises e recomendações.
Segundo o comunicado da RARHA os resultados assentam na monitorização dos padrões de consumo e dos efeitos nocivos do álcool, nas linhas orientadoras para o consumo de baixo risco, e nos exemplos de boas práticas na Europa e construção de ferramentas para reduzir os efeitos nocivos do álcool.
Os responsáveis pelo trabalho sugerem uma harmonização europeia dos alertas para o consumo de álcool, “que contribua para a criação de mensagens mais alinhadas” e salientam a necessidade de se legislar para impor uma idade mínima de 18 anos para venda e consumo de bebidas alcoólicas em toda a União Europeia.
“Ações da Comissão Europeia são urgentemente necessárias para o fornecimento de informação aos consumidores sobre bebidas alcoólicas e para nivelar informação obrigatória sobre os alimentos”, como os gramas de álcool puro contidos, sugere-se ainda no estudo europeu.
As questões serão debatidas nestes dois dias por organizações não-governamentais e representantes de entidades, como a Organização Mundial de Saúde. Presente também Vytenis Andriukaitis, comissário Europeu da Saúde e da Segurança Alimentar, e, no encerramento, o ministro da Saúde de Portugal, Adalberto Campos Fernandes.
O álcool é, lembra-se no comunicado, a terceira causa de morte prematura na União Europeia, onde os custos diretos através de cuidados de saúde, crime, policiamento, acidentes e perdas de produtividade foram de 155 mil milhões de euros em 2010.