Quase todos os órgãos humanos doados na China são desperdiçados
As autoridades do país esperam atingir as 2.500 doações de órgãos este ano, segundo o jornal Beijing Youth Daily, que cita Huang Jiefu, diretor do Comité de Doação de Órgãos da China e ex-vice ministro da Saúde.
Huang referiu que "tecnicamente" isso viabilizará 2.500 transplantes de coração e 5.000 transplantes de pulmão, mas que apenas 100 de cada tipo de operação foram até agora executadas.
"Por um lado, existe falta de doações, por outro, existe desperdício", realçou.
O jornal refere a lentidão do transporte e a falta de coordenação como as principais causas destas perdas.
A doação de órgãos na China, o país mais populoso do mundo, com 1.370 milhões de habitantes, é limitada pela crença generalizada na reencarnação, o que motiva grande parte da população a optar por manter o corpo intacto.
Mas a forte procura por órgãos traduziu-se em doações forçadas e venda ilegal, com grupos de direitos humanos estrangeiros a condenarem a recolha de órgãos de prisioneiros executados.
Huang Jiefu garantiu que não houve um "único órgão" retirado do corpo de prisioneiros mortos, advogando a ilegalidade do processo.