Agora utilizadas nas crianças

Pulseiras da PSP vão servir para localizar doentes com Alzheimer

Depois do sucesso registado na localização e identificação de crianças desaparecidas, as pulseiras “Estou Aqui” deverão ficar à disposição das cerca de 110 mil pessoas com Alzheimer em Portugal.

Usadas com sucesso por crianças durante os meses de Verão desde há três anos, as pulseiras “Estou aqui”, distribuídas pela PSP para acautelar a localização de menores perdidos, deverão passar a ser também utilizadas por doentes com Alzheimer. A medida está a ser estudada pela polícia em conjunto com a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer.

“É uma medida que, pensamos, será muito relevante para os doentes com Alzheimer. Só ainda não conseguimos avançar este ano porque não foi ainda possível chegar a um consenso e porque temos de ter um orçamento maior. Isto é totalmente gratuito para as pessoas neste momento. Dependemos de patrocinadores. Mas o nosso objectivo é levar por diante o plano de alargar esta pulseira aos doentes com Alzheimer. No próximo ano, esperamos já estar a fazê-lo”, disse ao jornal Público o subintendente Paulo Flor, porta-voz da direcção nacional da PSP e também o responsável pela ideia de criar uma pulseira que pudesse facilitar a localização de uma criança perdida.

A grande alteração no funcionamento das pulseiras, que incluem informações gravadas sobre as crianças e apelam a quem as encontrar para que ligue para o 112 onde existe um registo de cada menor e dados sobre os pais, será a duração do seu uso. No caso das crianças, as pulseiras estão activas apenas durante dois meses no Verão. Já no caso dos doentes com Alzheimer, o desafio será usar a estrutura actualmente montada com as pulseiras dos menores para que funcionem durante todo o ano.

Para a vice-presidente da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer, Leonor Guimarães, as vantagens que a pulseira irá representar para os doentes são “muitos importantes” e o seu uso “fundamental”. Actualmente, os familiares colocam pequenas pulseiras de prata com a identificação dos pacientes nos seus pulsos ou incluem as informações relativas à sua identidade nas suas roupas em pequenos bordados.

Porém, “isso não funciona muito bem porque os doentes são frequentemente roubados e levam-lhes esses adereços. A pulseira da PSP, não sendo de muito valor material, não cativará o interesse ao ponto de ser roubada”, apontou Leonor Guimarães.

A doença afecta cerca de 110 mil pessoas em Portugal, de acordo com os últimos dados da associação. “É uma doença que desgasta muito os familiares. O Governo deveria apoiar mais”, defende ainda a número dois daquela associação.

A pulseira “Estou aqui” foi criada em 2012. Desde então, o número de pulseiras distribuídas tem aumentado, tendo passado de 10 mil no primeiro ano, para 20 mil em 2013 e para as 30 mil que até agora, em 2014, foram fornecidas aos pais. Podem ser pedidas em qualquer esquadra do país, sendo a activação do pedido feita através da página da Internet do programa (https://estouaqui.mai.gov.pt), com o preenchimento de uma base de dados.

Este ano, as pulseiras podem ser utilizadas por crianças estrangeiras que visitam Portugal e por filhos de portugueses que façam férias em países da União Europeia, sendo que há 27 Estados-membros que têm uma ligação directa ao 112, número europeu de emergência.

 

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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