Distinguido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia

Projeto Therapeutics4DM quer atuar nas causas para prevenir e tratar a diabetes

O projeto de investigação Therapeutics4DM pretende prevenir a morte das células responsáveis por sintetizar a insulina e aquilo que a causa. Envolve uma equipa multidisciplinar de investigação do iBET, ITQB-NOVA, CEDOC, Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e IMM.

O projeto de investigação “Therapeutics4DM”, desenvolvido em conjunto com o iBET, ITQB-NOVA, CEDOC,IMM e Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, foi distinguido este ano pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia com a Bolsa Nuno Castel Branco. O objetivo deste projeto é desenvolver estratégias que previnam a morte de células beta pancreáticas.

A morte das células beta do pâncreas, responsáveis por sintetizar a insulina, é um fenómeno associado à Diabetes Mellitus Tipo 1. A redução destas mesmas células acontece igualmente na Diabetes Tipo 2, assim como nos indivíduos sujeitos a transplante do pâncreas. Apesar deste conhecimento, as terapêuticas para a Diabetes têm-se focado na administração de insulina e pouco se tem feito para desenvolver soluções que previnam a morte das células beta.

Segundo Regina Menezes, investigadora do iBET e ITQB-NOVA e uma das responsáveis pelo projeto, “queremos desenvolver estratégias que previnam a morte de células beta pancreáticas, e é nisso que se baseia este projeto”.

A Diabetes Mellitus Tipo 1, autoimune, caracteriza-se pela morte das células beta do pâncreas, mais especificamente localizadas nos ilhéus pancreáticos, os produtores de insulina. Na Diabetes Mellitus Tipo 2 verifica-se a agregação do polipéptido amilóide dos ilhéus (IAPP - do inglês Islet Amyloid PoliPeptide) considerada como um processo patológico e crítico também associado à morte de células beta do pâncreas. A mesma situação verifica-se em pacientes sujeitos a transplante do pâncreas. Paralelamente, são encontrados níveis elevados de IAPP em pacientes recém-diagnosticados com Diabetes Tipo 1, sugerindo que a toxicidade do IAPP é também um fator que acelera a progressão inicial da doença.

A investigadora explica que o projeto ajudará a perceber de que forma a agregação do IAPP contribui para o processo inicial da Diabetes Tipo 1 e para o desenvolvimento da Diabetes Tipo 2, assim como para o insucesso dos transplantes pancreáticos nos diabéticos tipo 2.

Resultados animadores dos compostos polifenólicos
Da mesma forma, o “Therapeutics4DM” pretende elucidar quais as vias associadas à toxicidade do IAPP para, a partir deste conhecimento, identificar moléculas que poderão estar na base do desenvolvimento de terapêuticas alternativas.

“Temos vindo a investigar compostos polifenólicos, existentes por exemplo em amoras e framboesas, que depois de ingeridos geram metabólitos capazes de prevenir a formação de fibras amiloides de IAPP e a respetiva toxicidade” afirma Cláudia Santos, coordenadora dos laboratórios de Nutrição Molecular e Saúde do iBET e ITQB-NOVA, que considera estes resultados animadores.

A confirmar-se, este seria mais um passo para converter os resultados do projeto em novas estratégias terapêuticas e medicamentos inovadores, que poderão futuramente ajudar milhares de diabéticos em todo o mundo. Lembre-se que a Organização Mundial de Saúde estima que 6% da população do planeta viva com Diabetes. A prevalência da doença aumenta com a idade, para ambos os sexos, e o risco estimado de DM ao longo da vida é de 30 a 40%, estando associada ao desenvolvimento de lesões no pâncreas e, a longo prazo, a um risco acrescido de complicações oftalmológicas, renais, cardíacas, neuropáticas ou vasculares.

Fonte: 
Liftconsulting
Nota: 
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