Saúde oral

Projeto da Legião da Boa Vontade leva pais a antecipar retirada da chupeta aos filhos

Um programa de saúde oral que, desde 2001, a Legião da Boa Vontade promove com crianças de bairros sociais do Porto, Lisboa e Coimbra fez com que pais antecipassem “a retirada da chupeta aos filhos”, contou hoje a diretora.

Orlanda Feliz, Diretora de Relações Institucionais da Legião da Boa Vontade (LBV), falou à agência Lusa do "Programa Sorriso Feliz" que, atualmente, "assiste 1.500 crianças e jovens no Porto e cerca de três mil incluindo Lisboa e Coimbra".

Apesar de oriundas de bairros sociais, as famílias revelam uma adesão que "tem surpreendido, comparecendo quase a 100% às reuniões marcadas pela higienista oral e já não apenas para ouvir, mas também para perguntar, colocar dúvidas e pedir conselhos sobre a saúde dos filhos e delas", frisou a diretora.

Segundo a responsável, dessas conversas, onde temáticas como "o uso tardio da chupeta e do biberão" se juntam aos problemas do tabagismo, alcoolismo, toxicodependência, falta de higiene oral e uso da placa, conseguimos resultados muito bons", disse ainda.

"Conseguimos que alguns desses pais antecipassem a retirada da chupeta aos filhos e, com isso, prevenir os problemas associados de saúde oral", revelou.

O programa "não objetiva apenas a saúde oral, mas também o implementar de bons hábitos alimentares, o que acaba por influenciar a saúde das crianças", explicou a responsável de uma intervenção em jovens dos dois aos 12 anos.

Tendo como foco da sua ação a prevenção, o contexto escolar em que as crianças estão inseridas bem como o familiar "são também partes muitos importantes do projeto", explicou Orlanda Silva.

"Fazemos reuniões, palestras e formações para os pais", disse, destacando que a adesão "tem surpreendido também ao nível dos parceiros” e que "mesmo nas escolas não tem havido nenhum tipo de obstáculo, pois perceberam que a rotina da saúde oral pode ser implementada sem transtornar o normal funcionamento".

Dispondo de uma higienista oral em cada cidade, uma psicóloga e um médico dentista que supervisiona Porto, Lisboa e Coimbra, a LBV conta ainda com "um corpo de agentes voluntários de saúde oral, aptos para trabalhar no terreno, e que supervisionam a rotina diária nas escolas", explicou a responsável.

Dos 16 anos de trabalho no terreno, testemunhou Orlanda Silva "serem muitas vezes os filhos a educar os pais".

"Crianças que não tendo o hábito de lavar os dentes em casa, cultivaram-no junto da família, passando a ter uma o escova só para si e ligando também a aspetos como a lavagem e secagem da escova", acrescentou.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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