Procuram-se voluntários saudáveis para testar vacina contra o Ébola
A proposta pode parecer estranha, mas a causa é nobre. Cientistas ingleses estão à procura de 60 voluntários para testar uma vacina experimental contra o vírus do Ébola.
Os indivíduos precisam de ser saudáveis e ter entre os 18 e os 50 anos. O teste é pago e consiste numa única injecção. Depois os participantes devem visitar o centro nove vezes nos seis meses seguintes.
Até agora o produto, desenvolvido pela GlaxoSmithKline, só foi testado em macacos mas o investigador Adrian Hill garante que os riscos são poucos e está optimista sobre o projecto.
“Acho que as hipóteses de recrutarmos pessoas suficientes a tempo são muito boas. Vamos encorajar profissionais de saúde, em particular, para se voluntariarem”, disse o director do Instituto Jenner da Universidade de Oxford, responsável pela investigação, sublinhando não existir qualquer hipótese de algum dos participantes contrair o Ébola.
Hill pretende começar os testes em meados de Setembro, numa medida para acelerar a investigação e encontrar uma possível cura.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que necessita de 371 milhões de euros para conter a epidemia nos próximos seis meses. A prioridade é o tratamento da doença, a criação de centros de gestão da epidemia, a mobilização social e enterros seguros.
O vírus do Ébola já provocou 1.552 vítimas mortais, entre 3.069 casos conhecidos na Nigéria, Libéria, Guiné Conacri, Serra Leoa e República Democrática do Congo.
OMS vai publicar roteiro mundial para estancar Ébola em nove meses
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje que vai publicar um roteiro mundial do vírus Ébola, que assola a África Ocidental, visando dar resposta internacional, dentro de nove meses, à doença que já matou 1.552 pessoas.
O itinerário “servirá como um quadro para a actualização dos planos operacionais detalhados”, refere um comunicado divulgado na página da Internet daquela agência das Nações Unidas.
De acordo com a OMS, o roteiro resulta dos comentários recebidos de um grande número de parceiros, incluindo autoridades de saúde dos quatro países afectados -- Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria -, a União Africana, bancos de desenvolvimento, outras agências da ONU, Médicos Sem Fronteiras (MSF) e países que forneceram apoio financeiro directo para estancar a doença.
A prioridade da OMS será dada às necessidades de tratamento e centros de gestão, bem como ao trabalho de mobilização social e enterros seguros das vítimas da doença, destaca a nota.
O mapeamento irá apresentar dados epidemiológicos das zonas afectadas, especialmente as que requerem que haja uma coordenação internacional dos parceiros para o fornecimento de equipamentos de protecção individual, desinfectantes e sacos para cadáveres, assinala o comunicado.
Com esta iniciativa, a OMS espera “interromper a transmissão do Ébola em curso em todo o mundo dentro de seis a nove meses” e que, paralelamente, vai avaliar o impacto socioeconómico da pandemia.