Prevenção pode salvar todos os anos 16 milhões de vidas
"A comunidade internacional tem a hipótese de poder mudar o curso das doenças não transmissíveis", declarou a directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, na apresentação do relatório.
"Ao investir entre um e três dólares por ano e por pessoa, os países podiam diminuir fortemente o número de doentes e de mortes devidos a estas doenças não transmissíveis", como o cancro, as doenças cardíacas, pulmonares, respiratórias e a diabetes, afirmou.
No próximo ano, cada país devia fixar objectivos para a introdução destas medidas preventivas, uma vez que sem elas "milhões de vidas serão novamente perdidas demasiado cedo", defendeu.
Em 2000, 14,6 milhões de pessoas morreram prematuramente na sequência de doenças não transmissíveis, por falta de prevenção. Este valor aumentou e passou para 16 milhões em 2012, de acordo com dados da OMS.
As mortes prematuras devidas a doenças não transmissíveis podiam ser evitadas através de políticas antitabagistas, anti-álcool e de promoção de actividades físicas e desportivas.
De acordo com a OMS, são sobretudo os países de rendimento médio que devem apostar neste tipo de políticas, uma vez que as mortes devidas às doenças não transmissíveis são superiores às causadas por doenças infecciosas.
Seis países registam as taxas mais elevadas de mortes prematuras - Afeganistão, Fiji, Uzbequistão, Cazaquistão, Mongólia e Guiana - sendo que, perto de três quartos de todas as mortes devidas a doenças não transmissíveis, ou seja 28 milhões, ocorrem em países de rendimento médio ou baixo.
Em 2013, a OMS lançou um plano de acção, de nove objectivos, para reduzir em 25%, até 2020, o número de mortes prematuras.
O tabaco mata seis milhões de pessoas por ano, o álcool 3,3 milhões, a falta de exercício físico 3,2 milhões e o excesso de sal na alimentação 1,7 milhões.
A OMS está também preocupada com as consequências da obesidade infantil, e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, ou doenças ligadas à artrose. Actualmente, 42 milhões de crianças, com menos de 5 anos, são obesas.