Prevenção alargada aos comportamentos aditivos e dependências
No protocolo, que será firmado entre a Casa Pia de Lisboa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), lê-se que é “fundamental, numa perspectiva de aprofundamento de uma colaboração específica interinstitucional, dar continuidade ao trabalho realizado, alargando-o aos comportamentos aditivos e dependências”.
Isto porque desde 2005 que tem vindo a ser desenvolvida uma intervenção de carácter preventivo do consumo de substâncias psicoactivas na Casa Pia de Lisboa.
Em declarações, a presidente do conselho directivo da Casa Pia de Lisboa, Cristina Fangueiro, enalteceu esta colaboração, lembrando que “todas as crianças” que frequentam a instituição recebem “um conjunto de competências que visa prevenir” estes comportamentos.
“Queremos fazer um protocolo mais forte. Com esta rede, queremos fazer o diagnóstico, a intervenção e a reparação e queremos que deste acompanhamento surja uma mais valia que é a criação de um instrumento que possa ser replicado em outras instituições. Essa é a nossa ambição”, adiantou.
De acordo com Cristina Fangueiro, o trabalho começa com os profissionais da Casa Pia de Lisboa, que recebem formação constante, tendo em conta que precisam de “estar atentos aos sinais das crianças e saber transmitir aos miúdos a necessidade deles próprios estarem atentos”.
A este propósito, lembrou algumas mensagens que os profissionais tentam fazer chegar aos alunos da Casa Pia, como o perigo de deixar um copo esquecido num bar ou experimentar uma substância que pode facilmente criar dependência.
“Todo este tipo de informação tem de ser dita de forma muito clara e com um discurso que os miúdos entendam. Os técnicos têm de estar muito bem preparados”, sublinhou.
O objectivo primeiro é prevenir, responder na instituição e, caso seja necessário, reencaminhar os jovens para os serviços especializados, ainda que com o apoio da instituição.
Sobre o consumo de substâncias ilícitas na instituição ou por jovens que a frequentam, Cristina Fangueiro disse que os números permanecem estáveis.
“Esses casos existem, mas estamos atentos”, garantiu.
O protocolo começa por lembrar que a Casa Pia de Lisboa “tem por missão integrar crianças e adolescentes, designadamente as desprovidas de meio familiar adequado”.
Garantir a estas crianças “percursos educativos inclusivos, assentes nomeadamente, numa escolaridade prolongada, num ensino profissional de qualidade e numa aposta na integração profissional e, sempre que necessário, acolhendo-os” é outro dever da instituição, assinalado no documento.