Sociedade Portuguesa de Oncologia

Presidente da SPO contra alarmismos sobre consumo de carne vermelha

A presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia considera desnecessário “alarmismos ou a abolição do consumo de carnes vermelhas” mas defende uma alimentação equilibrada e sem exagero de carnes que possam potenciar o cancro.

“Não há necessidade de abolir completamente o consumo, a carne também tem componentes essenciais e precisamos de proteínas. O que chamamos a atenção é que estes produtos têm o seu papel se consumidos com outros”, como as frutas, os vegetais, os produtos hortícolas, explicou.

Gabriela Sousa, do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, falava a propósito do estudo divulgado pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro, que revelou que a carne processada é cancerígena para os seres humanos e classificou a carne vermelha como provavelmente cancerígena.

“Não veio acrescentar nada mais ao que já sabíamos. Sabe-se que as carnes vermelhas são as mais perigosas, sobretudo depois de cozinhadas. O estudo, acrescentou, foi alguma evidência em relação às carnes processadas”, disse a presidente, acrescentando que a população em geral tinha já a perceção de que carnes vermelhas e processadas (enchidos por exemplo) não eram alimentos saudáveis.

A solução, diz, está na moderação, sendo que a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) tem continuamente chamado a atenção para a necessidade de formação da população relativamente à alimentação e que os “pequenos desvios” se corrigem com outros nutrientes, em que pontuam as frutas e os legumes.

“Basicamente o que chamamos à atenção é que estes produtos têm o seu papel se consumidos com outros, a palavra-chave é Equilíbrio”, salientou.

Sendo certo, acrescentou a especialista, que o cancro do colon retal é “um problema de saúde pública”, o que a SPO alerta é para a necessidade de medidas de prevenção, que passam por uma alimentação saudável.

E depois “o cancro é uma doença multi-fatorial” e como tal é difícil estabelecer uma causa-efeito , disse quando questionada sobre se era possível estabelecer uma relação entre um grande consumo de carnes vermelhas e processadas e algum tipo de cancro.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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