Premiado trabalho sobre disfunção cardíaca associada a infecção
O Prémio Sanofi de Cardiologia, entregue no âmbito do XXXVI Congresso Português de Cardiologia, foi criado em 1968 para galardoar os trabalhos de investigação na área clínica no domínio desta especialidade, tendo como objectivo incentivar o espírito de investigação nos cardiologistas portugueses.
O trabalho de investigação premiado pretende apurar o papel do microRNA-155 na cardiomiopatia séptica, uma das principais causas de admissão em cuidados intensivos, e neste contexto, a presença de disfunção cardiovascular, está associada a um mau prognóstico. Este trabalho comprovou que a expressão miocárdica de micro-RNA-155 está aumentada na sépsis com disfunção cardiovascular, sugerindo assim que o microRNA-155 é um promissor alvo molecular específico no tratamento da disfunção cardíaca associada à sépsis, reduzindo assim a mortalidade nesta patologia tão grave.
Os autores são Catarina Quina-Rodrigues, Francisco Vasques-Nóvoa, Rui Cerqueira, Adelino Leite-Moreira e Roberto Roncon-Albuquerque Jr., que desenvolvem a sua actividade no Departamento de Fisiologia e Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga; Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar S. João, Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar S. João e no Serviço de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar S. João.
A Direcção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) afirma que “é com grande satisfação que atribuímos pelo 46.º ano, o Prémio Sanofi de Cardiologia, o nosso prémio mais antigo e que continua a ter um papel muito relevante no apoio dos projectos de investigação dos cardiologistas portugueses.”
Fernando Sampaio, director-geral da Sanofi Portugal, sublinha que “este é o Prémio de investigação mais antigo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sanofi continua a apoiá-lo porque o incentivo à investigação em Portugal é um dos pilares da nossa actividade. Acreditamos que o nosso desígnio de disponibilizarmos inovação aos doentes portugueses e de contribuirmos para a sustentabilidade da Saúde no nosso país também passa por apoiarmos os projectos dos profissionais e instituições de saúde”.
De acordo com os recentes indicadores sobre saúde apresentados pelo INE em 6 de Abril de 2015, a principal causa de morte em Portugal em 2013 foi a patologia do aparelho circulatório, que esteve na origem de 29,5% do total de óbitos, pelo que incentivar a investigação nesta área continua a ser um compromisso de futuro.