Preços altos dos novos medicamentos
A inovação está "aprisionada pelos custos dos novos medicamentos", disse José Martins Nunes, durante a sessão de abertura da cerimónia comemorativa dos 50 anos do Programa Nacional de Vacinação (PNV), no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra.
A grande questão que se coloca para o futuro é saber "se os países conseguem ter desenvolvimento" que consiga "acompanhar os preços cada vez mais exigentes que surgem no mercado", sublinhou o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), referindo que o PNV "é uma responsabilidade da cidadania e do Estado".
A consultora da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Ana Leça, que também discursou durante a cerimónia, frisou que, ao longo dos 50 anos de existência deste programa, este mostrou ser "efectivo, eficiente e transparente", tendo sido "determinante para a diminuição da taxa de mortalidade infantil".
Ana Leça, que é também membro da Comissão Técnica de Vacinação (CTV), apresentou como um dos desafios a resistência que agora surge "à utilização das vacinas".
"O desconhecimento e desvalorização" das vacinas dão "lugar a mitos", em que se substitui o medo da doença pelo "medo da vacina".
A membro da CTV realçou ainda que, entre 1956 e 1965 (anterior à implementação do programa) e a década de 2003 a 2012 registaram-se menos cinco mil óbitos e menos 40 mil casos de tétano, tosse convulsa, poliomielite e difteria.
Ana Leça referiu também que se devia estar a fazer de momento um "inquérito serológico" (avaliação do PNV), mas que "por questões financeiras ainda não foi feito".