Portugal precisa "do profissionalismo e da paixão" dos enfermeiros emigrados
No discurso da tomada de posse dos órgãos estatutários eleitos para o mandato de 2016/2019, cuja cerimónia se realizou no auditório da reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Ana Cavaco afirmou também que, a partir de segunda-feira, a Ordem pedirá "audiências a todos os grupos parlamentares e à comissão da saúde".
"É-nos exigido, para lá da componente científica e técnica, capacidade de decisão, autonomia, responsabilidade, rapidez, humanização e deontologia", sublinhou a enfermeira, para insistir, em seguida, nos problemas que afetam a classe.
"Não há regulação da profissão sem assegurar um número mínimo de enfermeiros nos serviços que garanta a segurança das pessoas" e "sem assumir que os baixos salários dos enfermeiros têm influência direta na prestação dos cuidados", assinalou.
Para a bastonária, "os cortes financeiros, a má gestão dos serviços, as duvidosas nomeações para a gestão de topo na saúde, exigem aos enfermeiros escolhas cada vez mais difíceis", tendo, nos últimos anos, emigrado milhares de profissionais.
"Eles longe e nós aqui, a precisar tanto do seu profissionalismo e da sua paixão", afirmou, aproveitando para dizer ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, presente na cerimónia, que contasse com a Ordem para "evitar a fuga de mais jovens altamente qualificados" para o exterior.
"Se o país virou a página da austeridade e saiu do estado de emergência, está na hora de dar condições aos enfermeiros para que seja possível cuidar das pessoas como elas merecem", disse ainda Ana Rita Cavaco, que recebeu as insígnias do bastonário cessante, Germano Couto.