Em Abril

1º Congresso Lusófono de Doenças Transmitidas por Vectores

Portugal acolhe em Abril o 1º Congresso Lusófono de Doenças Transmitidas por Vectores, para “chamar atenção da Lusofonia” para os riscos de contágio de doenças tropicais, disse Lenea Campino, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Entre os dias 20 e 21 de Abril, especialistas de saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão debater temas relacionados com arboviroses, doenças transmitidas por carraças, filariose, leishmaniose, malária e nanotecnologia no diagnóstico e prevenção de doenças transmitidas por vectores, durante o 1º Congresso Lusófono de Doenças Transmitidas por Vectores.

O evento, que se realiza em simultâneo com o III Congresso Nacional de Medicina Tropical, será organizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical e a Universidade Nova de Lisboa.

“Com a globalização e as viagens que se fazem – cada vez mais se viaja de país lusófono para países lusófonos - aumentam os riscos de doenças, quer as contraídas cá, como as transmitidas nos outros países”, disse a presidente da Comissão Científica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Lenea Campino.

Na véspera da reunião, peritos de saúde da CPLP vão realizar um seminário sobre Monitorização e controlo de vectores em Portugal e no espaço europeu, a eliminação da doença de Chagas na Europa e seu controle nas Américas e Pacífico Ocidental: avanços, desafios e oportunidades, e um Curso Medicina do Viajante.

Em entrevista, Lenea Campino disse que a ideia é “trocar experiências, alertar – não é alertar de alarmar aos profissionais da saúde, bem como as comunidades, que precisam de fazer profilaxia” às enfermidades que têm registado, especialmente, na Europa, decorrente da globalização.

“Ultimamente tem acontecido que a Europa tem tido surtos epidémicos e muitas vezes há focos endémicos de doenças anteriormente desconhecidas, como por exemplo, o vírus do dengue, a Chikungunya, que têm sempre casos fatais. Se as pessoas não estiverem alertadas, o diagnóstico pode não ser feito com a urgência que deve ser e o tratamento adequado”, afirmou.

Lenea Campino citou o caso de dengue na ilha da Madeira, em 2012, onde se registaram 2.168 casos, cujo diagnóstico rápido foi feito pela Direcção-Geral da Saúde, pelo Instituto de Medicina Tropical e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) europeu, que “conseguiram evitar” mais casos e eliminar a epidemia.

Num artigo de opinião, sobre os dois eventos, a presidente da Comissão Científica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical referiu que “estas infeções comumente fixadas em regiões tropicais e subtropicais estão em expansão, estimando-se até 17% da taxa global das doenças infecciosas”.

“A mais mortal de todas, a malária, foi estimada como sendo a causa de 584.000 mortes em 2013, a doença com um crescimento mais rápido é o dengue, estimando-se que possam ocorrer cerca de 390 milhões de infecções pelo vírus com potenciais 96 milhões de casos patentes”, assinala.

Recentemente, acrescentou, “observaram-se epidemias de dengue em Cabo Verde, Angola, Moçambique e Portugal (Ilha da Madeira)” e “confirmou-se o ressurgimento da malária na Grécia. Discute-se o risco da emergência da febre amarela na Europa. A infecção pelo vírus chikungunya cobre uma área cada vez mais extensa do globo disseminando-se actualmente pelo continente americano e ilhas”.

“De facto, a Europa e os EUA debatem-se com surtos epidémicos de infecções por agentes patogénicos considerados tropicais”, assegurou Lenea Campino.

O I Congresso Nacional da Medicina Tropical realizou-se em 1952, quando a instituição, que se denominava Instituto de Medicina Tropical e do Hospital do Ultramar, comemorou o 50º aniversário, e a segunda edição foi há dois anos.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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