Pneumonia por aspiração
A pneumonia por aspiração desenvolve-se quando substâncias químicas irritantes e bactérias da boca e do estômago entram para as vias aéreas e pulmões. A partir daí, é desenvolvida a pneumonia que, geralmente, é causada por um anaeróbio – bactéria que pode conseguir viver na ausência de oxigénio. De um modo geral essas substâncias são eliminadas pelos mecanismos normais de defesa antes que possam chegar aos pulmões ou causar inflamação ou infecções.
Por isso, esta pneumonia é mais comum nas pessoas que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC) e que têm dificuldade em controlar os reflexos de deglutição, ou em pessoas que estão inconscientes em resultado da ingestão de álcool ou de uma sobredosagem de medicamentos ou de drogas ilícitas.
Por outro lado, quando a pneumonia é contraída por pessoas hospitalizadas, o quadro clínico tende a ser mais grave uma vez que as bactérias hospitalares são, geralmente, resistentes a muitos antibióticos e o próprio doente já está com o sistema imunológico debilitado devido a outra doença/causa.
No entanto, mesmo uma pessoa saudável que aspirar uma grande quantidade desse tipo de substâncias irritantes pode contrair pneumonia por aspiração.
A aspiração de bactérias é a forma mais frequente de pneumonia por aspiração. A sua causa deve-se, geralmente, à deglutição e à consequente aspiração de bactérias para o interior dos pulmões.
A obstrução mecânica das vias aéreas pode ser causada pela aspiração de partículas ou de objectos. As crianças pequenas correm um risco muito elevado porque, com frequência, levam objectos à boca e podem aspirar pequenos brinquedos ou parte desses brinquedos.
Quando um objecto fica bloqueado na parte superior da traqueia, a pessoa é incapaz de respirar ou de falar. Se o objecto não for extraído imediatamente, a morte ocorre com rapidez. A manobra de Heimlich, efectuada para extrair o objecto, pode salvar a vida do afectado.
Se o objecto ficar bloqueado na parte inferior das vias aéreas, pode produzir uma tosse crónica irritante e infecções recorrentes. O objecto extrai-se, em geral, através de uma broncoscopia (um procedimento que utiliza um instrumento que permite ao médico observar a via respiratória e extrair amostras e corpos estranhos.
Pneumonite química
Pode acontecer que a substância tóxica aspirada provoque uma pneumonite química, isto é, uma irritação nos pulmões que não chega a ser uma infecção. Por exemplo, um produto tóxico aspirado frequentemente é o ácido do estômago. O resultado imediato é a súbita falta de ar e uma aceleração do ritmo cardíaco. Pode surgir também febre, expectoração com espuma cor-de-rosa e uma tonalidade azulada na pele, causada pelo sangue escassamente oxigenado (cianose).
O diagnóstico da pneumonite química é habitualmente confirmado com uma radiografia ao tórax e medições da concentração de oxigénio e de anidrido carbónico no sangue arterial. Já o tratamento consiste na administração de oxigénio e na respiração artificial, se for necessária. Pode aspirar-se o conteúdo da traqueia para eliminar as secreções e as partículas das vias aéreas. Pode em alguns casos ter de se administrar antibióticos para a prevenir a infecção.
De um modo geral, os indivíduos com pneumonite química recuperam rapidamente ou evoluem para a síndroma de dificuldade respiratória aguda do adulto. Podem ainda desenvolver uma infecção por bactérias.