Pneumonia estafilocócica
Vários milhões de pessoas desenvolvem pneumonias, provocadas por diferentes agentes, e grande número morre todos os anos. A pneumonia estafilocócica é provocada pela bactéria com o nome de Staphylococcus aureus. É responsável por apenas 2 por cento dos casos de pneumonia adquirida fora do hospital, mas, em contrapartida, provoca entre 10 e 15 por cento das pneumonias que se adquirem nos hospitais onde estes doentes foram internados para receber tratamento por outras perturbações.
O nome Staphylococcus deriva da palavra grega estafilo ou “cacho de uvas”, devido à característica da bactéria se parecer com um cacho quando examinada ao microscópio.
Existem 32 espécies de staphylococci, mas apenas 17 são inerentes ao homem.
O Staphylococcus aureus é especialmente prevalecente devido às suas proteínas de superfície, que permitem ao organismo ligar-se a tecidos e corpos estranhos revestidos. Isto permite que a bactéria adira a dispositivos como suturas, cateteres urinários fixos e próteses valvulares, úlceras de pressão, muito frequentes em doentes internados ou que foram submetidos a uma grande cirurgia.
O índice de mortalidade é elevado - 15 a 40 por cento – graças ao facto de os indivíduos que contraem pneumonia estafilocócica, em geral, já estarem gravemente doentes. Por isso, a doença é mais prevalente em pessoas de idade avançada e em indivíduos debilitados por outras doenças, mas também é muito frequente encontrar a doença em crianças. Também tende a verificar-se nos alcoólicos.
Sintomas
O Staphylcoccus provoca os sintomas clássicos da pneumonia, mas os arrepios e a febre são mais persistentes na pneumonia estafilocócica do que na pneumocócica.
O Staphylococcus pode originar abcessos (acumulações de pus) nos pulmões e produzir quistos pulmonares que contêm ar (pneumatocelos), especialmente nas crianças. Esta bactéria pode ser transportada pela corrente sanguínea a partir do pulmão e produzir abcessos em qualquer lugar.
A acumulação de pus no espaço pleural (empiema) é relativamente frequente. Estas acumulações esvaziam-se utilizando uma agulha ou um tubo introduzido no tórax.
Propagação
Muitos recém-nascidos e a maioria das crianças e dos adultos são colonizados intermitentemente pelo Staphylococcus aureus, que se pode alojar na zona naso-faríngea, ocasionalmente na pele e na roupa, e mais raramente na vagina e no recto. A partir destes locais, o Staphylococcus aureus pode contaminar qualquer zona da pele ou das membranas mucosas, ou outras pessoas, por transferência directa ou aerossol.
A pele e as membranas mucosas intactas são barreiras eficazes contra a invasão local. No entanto, se estas barreiras forem rompidas devido a trauma, cirurgia ou dispositivos existentes, o Staphylococcus aureus pode passar a ter acesso ao tecido subjacente e originar um abcesso local que consiste em tecido necrosado, fibrina e glóbulos brancos vivos ou mortos.
Em qualquer altura, a multiplicação do Staphylococcus aureus pode subjugar os mecanismos de defesa locais e invadir o sistema linfático ou a corrente sanguínea – uma complicação grave que permite que a bactéria invada outros tecidos, incluindo o coração (endocardite), pulmões (pneumonia) ou ossos (osteomielite).