Permafrost, que esconde bactérias e gases perigosos, é mais vulnerável do que se pensava
Um novo estudo conclui que mesmo que se estabilize o aumento da temperatura global em dois graus Celsius - o objetivo dos Acordos de Paris - cerca de 40% do permafrost pode derreter, uma estimativa acima das previsões anteriores.
O permafrost é um conjunto de camadas de gelo que retêm metano e que está situado nas latitudes altas, escreve o Sapo. O alerta é de um estudo publicado na revista "Nature Climate Change". Esse processo tanto pode demorar séculos, como pode ser intensificando pelo aquecimento global, lê-se na investigação.
Considerados a bomba-relógio das mudanças climáticas, os 15 milhões de quilómetros quadrados do hemisfério norte contêm aproximadamente o dobro de carbono - principalmente na forma de metano e dióxido de carbono (CO2) - do que a atmosfera terrestre. Atualmente, a atmosfera contém cerca de 400 partes por milhão de CO2, 30% a mais do que no século XIX.
"Calculamos que quatro milhões de quilómetros quadrados (do permafrost) desaparecerão para cada grau adicional de aquecimento", cerca de 20% a mais do as estimativas anteriores, disse à agência de notícias France Presse um dos autores do estudo, Sebastian Westermann, professor na Universidade de Oslo.
O permafrost retém vírus e bactérias que são considerados um mistério para os cientistas.
O aquecimento global causado pelo homem já aumentou em um grau Celsius a temperatura do planeta e deverá incrementá-la mais dois graus até ao final do século, caso as emissões de gases com efeito de estufa não sejam reduzidas nas próximas décadas, segundo dados da ONU.