Médicos Sem Fronteiras

Pedido para vacinas mais baratas para crianças refugiadas

A organização Médicos Sem Fronteiras criticou o “preço exorbitante” que os governos e as organizações não-governamentais têm de pagar às farmacêuticas para poderem vacinar as crianças mais vulneráveis, como os refugiados que chegaram à Europa.

Num comunicado, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) assinala que negoceia há seis anos sem êxito com as farmacêuticas Pfizer e GlaxoSmithKline (GSK) uma diminuição do preço da vacina contra a pneumonia, a doença com a maior taxa de mortalidade entre os menores de cinco anos.

“Os governos e as organizações humanitárias necessitam das ferramentas para proteger as crianças que vivem uma das maiores crises do nosso tempo. Pfizer e GSK têm de baixar o preço da vacina contra a pneumonia”, disse o diretor de operações médicas da MSF na Grécia, Apostolos Veizis.

Para imunizar um menor contra a pneumonia são precisas três doses de vacina e cada uma custa à MSF 60 euros nas farmácias locais, 20 vezes mais que o preço mais baixo que se pode pagar no mundo por ela, 2,80 euros.

A vacina só pode ser adquirida aquele preço reduzido nos países mais pobres e através da Gavi, uma aliança internacional público-privada para a disponibilização de vacinas.

A MSF juntou mais de 416.000 assinaturas em 170 países pedindo às duas empresas farmacêuticas que reduzam o preço para os cinco dólares (4,5 euros) pelas três doses por criança em caso de crise humanitária e nos países em desenvolvimento.

“Com o colapso dos sistemas de saúde na Síria, Iraque e Afeganistão, a maioria das crianças não foi imunizada. Estes menos vivem em condições terríveis e não deveriam pagar com a sua saúde o preço de fugirem para sobreviver. Temos de os proteger a qualquer preço contra a pneumonia e outras doenças mortais”, disse Veizis.

Além da pneumonia, a MSF vacinou na Grécia mais de 5.000 crianças refugiadas entre os seis meses e os 15 anos contra outras nove doenças.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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