A partir de que idade uma criança pode ter telemóvel?
O jornal i contactou especialistas para saber a melhor altura para as crianças terem o primeiro telemóvel. Não há uma idade certa, mas há alguns parâmetros que se poderão ter em conta para melhor decidir.
Não foi há tanto tempo assim que o telemóvel ainda era uma novidade. Hoje em dia, no entanto, é cada vez mais comum, mesmo entre crianças. Mas no caso dos mais novos haverá uma altura certa para lhes dar a responsabilidade de ter um telemóvel? Alguns especialistas explicaram ao jornal i a sua posição.
Mónica Sousa, psicóloga, sugere que a altura certa é quando a criança deixa de estar sempre acompanhada por um adulto. À mesma publicação dá mesmo um exemplo concreto: o começar a ir para a escola sozinho é um sinal de maior independência que significa também que há uma nova necessidade: como a criança vai deixar de estar sempre acompanhada por um adulto, o telemóvel já poderá ser útil.
Havendo esta novidade – de a criança já não estar sempre acompanhada e de os próprios pais começarem a dar maior margem aos mais novos –, é mais fácil que o telemóvel se torne uma ferramenta. Em particular, uma que permite que tanto pequenos como ‘graúdos’ se sintam mais seguros.
De uma maneira geral, embora a altura em que a criança tem o primeiro telemóvel seja importante, o que poderá garantir se há mais ou menos riscos (e, consequentemente, mais ou menos problemas) vai depender da boa definição de regras na utilização do telemóvel. Rita Jonet, psicóloga infantil, sugere mesmo que um telemóvel é como pôr “uma bomba nas mãos da crianças”.
Para gerir esta nova e excitante “bomba” será importante definir regras. Para tal, os pais devem servir de bons exemplos – pais que se deixam ‘controlar’ demasiado pelas novas tecnologias vão passar uma mensagem similar. O importante, defende ao i Rita Jonet, é mostrar que são as pessoas “que mandam nas máquinas e não o contrário”.
O que está aqui em causa tem a ver com outra lição que é importante passar aos mais novos: a de aprender a gerir as gratificações. É uma questão de ir ensinando as crianças a ter autocontrolo. Caso contrário, o telemóvel, que poderia ser uma ferramenta útil, pode tornar-se um problema.