Parceiros de vacinação da OMS pedem esforço no acesso a vacinas em África

No lançamento da nona Semana de Vacinação em África, que se realizou quarta-feira em São Tomé e Príncipe e que tem como tema "Todos Protegidos: As Vacinas Funcionam!", a Organização Mundial de Saúde (OMS) destacou "o poder das vacinas de salvar vidas e manter todos saudáveis".
"A Semana da Vacinação em África, que decorre de 22 a 28 abril, celebra, também, os heróis da vacinação que ajudam a expandir a cobertura dos serviços de vacinação por todas as regiões de África, desde pais e líderes comunitários a profissionais de saúde e inovadores", lê-se num comunicado hoje difundido pela OMS.
No documento, a OMS referiu o crescente aumento de surtos de doenças prevenidas por vacinação, como o sarampo que se verificou em pelo menos nove países nos últimos 12 meses: Chade, Camarões, República Democrática do Congo, Libéria, Guiné-Conacri, Madagáscar, Mali, Nigéria e Uganda, sendo que no caso de Madagáscar foram registados 122.000 casos entre outubro de 2018 e abril de 2019.
A OMS refere que o sarampo, uma doença altamente contagiosa, representa 13% dos óbitos de crianças com até cinco anos que podiam ser prevenidos por vacinação em território africano e afeta nove em cada dez pessoas não vacinadas.
A agência das Nações Unidas aponta que até 2017, apenas 16 países africanos alcançaram mais de 90% da cobertura da vacinação da primeira dose.
"Devemos trabalhar em conjunto para melhorar a distribuição da vacinação, de modo que todas as crianças estejam protegidas de doenças preveníveis. Os recentes surtos da doença, a nível do continente, chamam a atenção para a urgência deste objetivo", referiu a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.
A responsável realçou que os "surtos de sarampo em Madagáscar e de Ébola na República Democrática do Congo destacam a necessidade de maior investimento na vacinação como parte fundamental do fortalecimento dos sistemas de cuidados de saúde primários".
Anualmente, a OMS estima que as doenças prevenidas por vacinação afetam 30 milhões de crianças africanas com menos de cinco anos e que os custos com a contração destas doenças alcançam os 13 mil milhões de dólares (11,64 mil milhões de euros).
Evaristo Carvalho, Presidente de São Tomé e Príncipe, país que acolhe o lançamento da Semana de Vacinação em África, considerou que "todos têm um papel a desempenhar para garantir que as crianças e as comunidades tenham acesso aos serviços de vacinação que necessitam".
Entre as doenças prevenidas por vacinas encontram-se cancro do colo do útero, cólera, difteria, encefalite japonesa, febre-amarela, febre tifoide, hepatite B, gripe, meningite, papeira, pneumonia, pólio, raiva, rubéola, rotavírus, sarampo, tétano, tosse convulsa e varicela.