Paralisia cerebral: recém-nascidos muito prematuros são os que correm maior risco
A paralisia cerebral é a causa mais frequente de incapacidade motora em idade pediátrica, afetando cerca de 1,7 crianças por cada mil nascidas na Europa. Segundo o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral aos 5 anos de idade (PVNPC5A), iniciado em 2006, entre 2001 e 2007 nasceram em Portugal 1187 crianças com paralisia cerebral, o que dá uma taxa de incidência média de 1,55 casos em mil nados vivos.
Resulta de uma lesão no cérebro imaturo que pode ocorrer durante a gravidez, na altura do parto ou no período neonatal, ou até aos 2 anos de idade. Esta lesão pode ser causada por uma malformação cerebral, infeção, traumatismo, asfixia grave ou um acidente vascular cerebral.
Os recém-nascidos muito prematuros, ou com complicações durante a gravidez e parto são os que correm maior risco de vir a ter paralisia cerebral.
A deficiência motora pode ir desde o atingimento de apenas um membro (braço ou perna), até aos quadros mais graves de afeção dos 4 membros e incapacidade para a marcha e autonomia nas atividades do dia-a-dia (comer, higiene, vestir, aprender novas tarefas).
Além da deficiência motora, as crianças e adultos com paralisia cerebral têm com frequência epilepsia, dificuldades na comunicação, défice cognitivo, défices visuais e/ou auditivos, e problemas nutricionais.
Constitui um problema de grande magnitude pelas deficiências associadas, pela sua cronicidade e pelas implicações médicas, sociais e educacionais que origina.
O acompanhamento do doente com paralisia cerebral deve ser multidisciplinar (efetuado por médicos, terapeutas, assistentes sociais, docentes do ensino especial) e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida deste e das suas famílias, e promover a sua plena integração na sociedade, não só a nível educativo e profissional, como também proporcionando o acesso a atividades de lazer (desporto, artes, etc.).