Papel de substância na falência do coração em caso de sépsis
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia anunciou que o Prémio Sanofi Cardiologia deste ano distinguiu Catarina Quina-Rodrigues, Francisco Vasques-Nóvoa, Rui Cerqueira, Adelino Leite-Moreira e Roberto Roncon-Albuquerque Jr, investigadores na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, no Hospital de Braga e no Centro Hospitalar S. João.
O trabalho vencedor, conhecido no decorrer do XXXVI Congresso Português de Cardiologia, é uma investigação clínica que pretende apurar o papel do microRNA-155 na cardiomiopatia séptica, uma das principais causas de admissão nos serviços de cuidados intensivos.
"Nos doentes que têm uma infecção generalizada, aquilo que as pessoas conhecem como sépsis ou septicémia, há associada uma falência do coração", ou seja, a cardiomiopatia séptica que aparece como consequência do estado de infecção, explicou Lusa Maria José Loureiro, da direcção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
Esta "é uma das principais causas de admissão nas unidades de cuidados intensivos e esta cardiomiopatia séptica, isto é, a disfunção cardíaca secundária à sépsis, é também causa de morte nos indivíduos" com a infecção, referiu a especialista da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
Maria José Loureiro avançou que o trabalho de investigação "pretendia exactamente apurar qual era o papel de um alvo promissor específico no tratamento", o microRNA-155, que "apresenta um valor elevado quando existe cardiomiopatia séptica".
Os resultados a obter com este trabalho podem contribuir para reduzir a mortalidade nos casos de sépsis, salientou.
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia atribui um conjunto de prémios a investigadores portugueses na área da medicina cardiovascular. O Prémio Sanofi Cardiologia é o mais antigo, sendo esta a sua 46ª edição, e tem como objectivo distinguir um trabalho que se tenha destacado na área da investigação clínica.