Ministro da Saúde quer

Pagar inovação terapêutica através do aumento da quota de genéricos

O ministro da Saúde pretende pagar a inovação terapêutica com as verbas que poupar através do aumento da quota de genéricos e similares, segundo anunciou no final da assinatura de um compromisso para a sustentabilidade.

Adalberto Campos Fernandes recordou aos jornalistas que o Governo pretende alcançar uma quota de genéricos de 60% até final da legislatura.

Com o aumento da quota de medicamentos genéricos e similares, o governo pretende “libertar verbas para acomodar a inovação terapêutica”, disse.

Adalberto Campos Fernandes garantiu que o seu ministério vai ter “um controlo da despesa na área do medicamento equivalente à do ano passado”, contando para isso com a compreensão dos parceiros sociais.

Muitos desses parceiros assinaram um compromisso que “garante previsibilidade na despesa e estabilidade aos agentes do setor, reunindo um leque alargado de consensos com vista à sustentabilidade e ao desenvolvimento do Serviço Nacional da Saúde (SNS), respondendo às necessidades dos profissionais de saúde e cidadãos”.

O acordo foi assinado pelo ministro, a Associação Portuguesa da Indústria farmacêutica (Apifarma), a Associação Portuguesa dos Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen), a Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos Groquifar, a Associação Nacional de Importadores/Armazenistas e Retalhistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (Norquifar), a Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Assinaram ainda a Associação das Farmácias de Portugal (AFP) e a Associação Portuguesa das Empresas dos Dispositivos Médicos (Apormed).

O compromisso para o triénio 2016-18 assenta em princípios estratégicos nas áreas do acesso, inovação e sustentabilidade, da utilização racional, da supervisão do mercado e da investigação, desenvolvimento e competitividade.

Na sua intervenção, o presidente da ANF recordou o número de farmácias em situação de dificuldade que subiu mais de 10% em 2014.

Segundo Paulo Duarte, uma farmácia recebe atualmente 7,3 euros por cada mil euros que vende e isto depois do despedimento de 700 pessoas no setor.

“A viabilidade económica e a recuperação do setor estão hoje longe de ser resolvidos”, disse.

Também o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, recordou os últimos anos que “ficaram marcados por cortes excessivos na área da saúde, naquilo que a sociedade mais preza, a saúde dos seus cidadãos”.

“Importa virar a página e olhar a saúde como algo muito relevante e que nos traz também benefícios na área económica”, afirmou.

João Almeida Lopes acredita que, “pela primeira vez nos últimos anos”, está a ser virada “a página dos cortes cegos na saúde”.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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