Ordem dos Médicos/Norte critica tutela na gestão de vagas de especialidade
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) afirma, em comunicado, que o mapa de vagas para acesso à especialidade, publicado no final da tarde de segunda-feira, deixa “apenas quatro dias” para 1.548 candidatos fazerem as suas escolhas “em cinco pontos diferentes do país” e começarem a trabalhar a 02 de Janeiro.
Alertando estar em causa uma situação “de emergência”, o Conselho Regional exige uma “mudança imediata na liderança” da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), reclamando o adiamento de “pelo menos 48 horas” no início das escolhas, o alargamento “para oito dias” no tempo de selecção e a prorrogação do início de funções por “15 dias de forma automática para quem o solicitar”.
O comunicado, assinado pelo presidente do CRNOM, Miguel Guimarães, explica que, de acordo com os termos do mapa publicado na segunda-feira, “nem sequer é dada a oportunidade em tempo útil aos candidatos de confirmarem a sua presença na lista de candidatos”, lamenta o responsável.
“Dada a gravidade da situação, o departamento jurídico da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos [SRNOM] fica desde já disponível para apoiar os médicos envolvidos nesta candidatura”, acrescenta. Para o responsável, “o absurdo das decisões da ACSS exige uma mudança imediata na sua liderança”.
“Não é possível continuar a dialogar com quem não merece o nosso respeito nem a nossa confiança. No limite das suas competências o CRNOM está disponível para apoiar os colegas nas formas de luta que entenderem levar a cabo”, acrescenta o comunicado.
O CRNOM considera “absolutamente inaceitável” que o MS e a ACSS continuem “a tratar os médicos como números e não como pessoas” e salienta que, “mais uma vez, as políticas desastrosas, desumanas e humilhantes do MS e da ACSS continuam a ferir profundamente” a dignidade dos médicos.
“É uma ofensa para todos os médicos o desprezo, a irresponsabilidade, a cobardia e a prepotência com que nos tratam”, lamenta.
“Pessoalmente, e como presidente do CRNOM, considero esta situação intolerável e merecedora de uma resposta robusta. Uma resposta de todos os médicos. Uma resposta da sociedade civil. É uma questão de sobrevivência”, sustenta Miguel Guimarães.