OMS quer “acção decisiva” contra impacto de alterações climáticas
Falando hoje na abertura da primeira Conferência Global sobre Alterações Climáticas e Saúde, em Genebra, na Suíça, Margaret Chan defendeu a necessidade de o sector da saúde "promover estratégias inteligentes em termos climáticos" visando reforçar a capacidade de adaptação dos sistemas de saúde aos riscos das alterações do clima.
“A evidência é esmagadora: a mudança climática põe em risco a saúde humana. Soluções existem e precisamos agir de forma decisiva para mudar essa trajectória”, apelou a directora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante o encontro em que participam 300 profissionais dos sectores da saúde e do ambiente.
A agência da ONU considera que a mudança de políticas de energia e de transportes pode salvar milhões de vidas de doenças causadas por altos níveis de poluição do ar, pelo que defende que uma atenção especial a sectores fundamentais como a saúde, a energia e o transporte.
Para a directora-geral da OMS, as medidas de adaptação às alterações climáticas também podem salvar vidas em todo o mundo, garantindo que as comunidades estejam melhor preparadas para lidar com o impacto do calor, condições meteorológicas extremas, doenças infecciosas e insegurança alimentar.
Também a directora-geral adjunta da OMS para a saúde da família, mulher e criança, Flavia Bustreo, exortou aos responsáveis das áreas da saúde e ambiente de todo o mundo a encontrarem soluções inteligentes para fazer face aos efeitos das mudanças climáticas.
“As populações vulneráveis, os pobres, os desfavorecidos e as crianças estão entre aqueles que sofrem a maior carga dos impactos relacionados com o clima e consequentes doenças, como a malária, diarreia e desnutrição, que já mata milhões de pessoas por ano”, disse Flavia Bustreo.
A responsável avisou que “sem uma acção efectiva para a mitigação e adaptação aos efeitos adversos das mudanças climáticas sobre a saúde, a sociedade terá de enfrentar um de mais graves problemas de saúde”.
“Mas a boa notícia é que a redução das alterações climáticas pode trazer benefícios substanciais e imediatos de saúde”, disse, no entanto, a directora do Departamento de Saúde Pública e Ambiente da OMS, Maria Neira.
“O exemplo mais poderoso é a poluição do ar, que, em 2012, foi responsável por 7 milhões de mortes - um em cada oito mortes em todo o mundo. Agora há evidência sólida de que a mitigação da mudança do clima pode reduzir bastante esse número”, sublinhou.