OMS alerta para situação de saúde na Síria
A representante da Organização Mundial da Saúde na Síria, Elizabeth Hoff, apelou para a “união de esforços” visando atenuar o sofrimento da população na Síria, onde “o pessoal médico está a ser alvo deliberado das partes em conflito” e “o sistema de saúde tem vindo a enfraquecer”.
“O efeito sobre a saúde dos sírios irá perdurar por gerações”, pelo que é “necessário unir esforços” para colmatar a situação, exortou Elizabeth Hoff.
A OMS estima que, desde que a guerra eclodiu em 2011, “aproximadamente um quarto dos hospitais públicos e quase um quinto dos centros de cuidados de saúde primários públicos foram destruídos", apontando que "há uma escassez de profissionais de saúde, principalmente cirurgiões, anestesistas e profissionais de saúde do sexo feminino”.
A agência das Nações Unidas refere que “o dramático aumento do número de feridos - uma média de 25 mil novos casos mensais – associada à falta severa de material cirúrgico (incluindo medicamentos anestésicos básicos), bem como frequentes cortes de energia tornam impossível os hospitais lidarem com a procura”.
De acordo com o director de um hospital na cidade de Homs, Salah Haithami, citado na nota da OMS, “em semanas más, o hospital chega a receber até 100 feridos”, mas muitas destas pessoas não são devidamente tratadas por falta de tratamentos básicos.
“As difíceis condições de vida, juntamente com uma queda acentuada na cobertura geral de vacinação, deixaram a população cada vez mais vulnerável a doenças transmissíveis como o sarampo, a febre tifóide e a tosse convulsa. Em Outubro de 2013, a poliovírus selvagem ressurgiu na Síria”, um “desastre", de acordo com o Salah Haithami.
No comunicado divulgado na página da Internet da OMS, a organização assinala que a ajuda sanitária disponibilizada pela agência da ONU tem que ser repartida pelos dois lados em conflito, mas “entre Julho e Agosto, mais de 70% de apoio da OMS foi para as áreas controladas pela oposição”.
A OMS já prestou assistência médica a mais de 8 milhões de sírios que ainda se encontram nas regiões controladas pelo governo e pela oposição, e tem prestado assistência a locais sitiados, tal como Gouta Oriental.
Este ano, a OMS recebeu mais de 39 milhões de euros para apoiar sua resposta à crise síria, verba doado por países como a China, Kuwait, Noruega, Reino Unido, Estados Unidos e o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
“Porém, mais de 94 milhões de euros são necessários para satisfazer as necessidades médicas urgentes do povo sírio até ao final de 2014”, refere a nota da OMS.