Obtenção de fundos para ciência mostra sistema "forte e competitivo"
"Foram resultados históricos que mostram em primeiro lugar que, em 2014, o primeiro ano do Horizonte 2020, temos um sistema mais forte, mais competitivo e capaz de ir à luta na Europa e de ganhar projetos", disse Leonor Parreira.
A governante realçou que "foi a primeira vez que Portugal conseguiu obter mais fundos" do que aqueles que pagou para pertencer ao Horizonte 2020.
Os Estados membros pagam uma quota à Comissão Europeia para participar nos programas europeus e o valor transferido por Portugal tem sido superior àquele que tem recebido.
"Até agora, tínhamos sido sempre contribuintes líquidos para a Europa, ou seja, Portugal estava a pagar a ciência dos países ricos e, pela primeira vez, conseguimos 117% do dinheiro que lá colocamos", explicou a secretária de Estado.
Segundo informações do Ministério da Educação e Ciência, Portugal terá investido 120 milhões para o orçamento do Horizonte 2020, em 2014, tendo ido buscar, de acordo com os resultados disponibilizados pela Comissão Europeia, 140,30 milhões de euros, correspondentes a 290 projetos aprovados e a quase o dobro do montante obtido no período 2007-2013.
Uma das áreas destacadas por Leonor Parreira, por considerar "uma grande surpresa", foi a saúde, incluindo centros de investigação e empresas, o que representa "uma mudança muito grande relativamente" ao anterior programa quando o setor era "muito pouco competitivo".
Atualmente, a saúde é uma área "muito robusta e foi uma das que mais subiu" em número de propostas aprovadas e em financiamento conseguido, concluiu, acrescentando que, neste setor, a taxa de sucesso de Portugal em 2014 está muito acima da taxa média da Europa.
A secretária de Estado da Ciência disse ainda que o desempenho de Portugal significa que as candidaturas foram boas e 71% destes fundos, de 140 milhões de euros, em 2014, foram obtidos por universidades ou por centros de I&D (investigação e desenvolvimento).
A governante insistiu na necessidade de as empresas investirem em investigação e inovação, nomeadamente através da contratação de doutorados, e recordou que a taxa de sucesso na captação de fundos nesta vertente tem sido inferior no setor empresarial quando comparada com o sistema científico.
Leonor Parreira salientou ainda que o valor de 140 milhões de euros inclui 31 milhões conseguidos por 17 investigadores em nome individual a trabalhar em Portugal, que ganharam bolsas do 'European Research Council' (Conselho Europeu de Investigação).
No ano passado, Portugal submeteu 2.030 propostas a concurso, no total de 7,9 mil milhões de euros, tendo a taxa de captação de fundos se situado em 1,76%, "a maior alguma vez alcançada em qualquer um dos anos do anterior programa" de fundos comunitários para a ciência, enaltece uma nota do ministério divulgada na segunda-feira.