O sono e as doenças cardiovasculares
Ao longo dos anos, vários estudos têm sido feitos para tentar determinar a relação entre as doenças cardiovasculares e o sono, que deve ter uma função reparadora.
Uma dessas pesquisas, levadas a cabo pelo Centro de Controlo de Doenças, nos Estados Unidos, conseguiu identificar as ligações entre o sono excessivo e a falta dele, com as doenças cardiovasculares.
A análise, que incidiu sobre cerca de 30 mil indivíduos, revelou que 9% dos entrevistados dormiam mais de nove horas por noite, apresentando um maior risco de desenvolverem problemas cardíacos, quando comparados a outros que dormiam entre sete a oito horas, o período considerado ideal.
Por outro lado, o estudo publicado na revista Sleep, mostrou que 8% da população analisada admitia dormir entre cinco ou menos horas por noite, vendo este risco aumentar duas vezes mais.
De acordo com Anoop Shankar, professor de Medicina, os resultados deste estudo “sugerem que a duração anormal do sono afeta adversamente a saúde cardiovascular”. Admitindo, deste modo, que as perturbações do sono podem ser um fator de risco mesmo entre pessoas aparentemente saudáveis.
Esta pesquisa, que recolheu dados sobre fatores demográficos e características socioeconómicas, de saúde e estilo de vida, permitiu verificar ainda que a associação entre cinco horas ou menos de sono por dia e as doenças cardiovasculares foi maior entre mulheres e adultos com menos de 60 anos.
Os investigadores sugerem ainda que com a privação do sono podem surgir distúrbios nas funções endócrinas e metabólicas.
Entre os efeitos negativos de dormir pouco estão, por exemplo, a redução da sensibilidade à insulina e a elevação da pressão arterial.
Mas se dormir pouco faz mal, dormir além do recomendado é, igualmente, prejudicial uma vez que pode acarretar, ainda, problemas respiratórios.
Por isso não esqueça que mais importante que a quantidade é a qualidade do sono. É que dormir bem é, de acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono, um dos segredos para a longevidade.