Nos EUA

Novo tratamento para o cancro mostra resultados "extraordinários"

Técnica desenvolvida pelo Centro de Investigação para o Cancro Fred Hutchinson, em Seattle, foi aplicada em doentes num estado muito avançado da doença, que tinham entre dois a cinco meses de vida.

Há uma nova esperança para a cura do cancro. Um tratamento inovador, desenvolvido pelo Centro de Investigação para o Cancro Fred Hutchinson, em Seattle, Estados Unidos, mostrou resultados que os cientistas consideraram “extraordinários” em doentes num estado muito avançado da doença, escreve a TVI24.

Um dos estudos mais promissores envolveu 35 doentes com leucemia. No final to tratamento, 94% dos participantes entrou em estado de remissão, isto é, deixaram de apresentar manifestações da doença. Noutros casos, que envolveram doentes com outros tipos de cancro, quatro em cada cinco mostraram uma resposta positiva ao tratamento e mais de metade também deixou de evidenciar sintomas da doença.

A técnica laboratorial usada consiste em remover as células imunitárias, as células T, e incrementar nestas células moléculas recetoras que detetam o cancro. Depois, volta-se a colocar as células T, já com as novas moléculas, no corpo do indivíduo.

O que acontece é que estas novas moléculas recetoras vão reduzir a possibilidade de o cancro se proteger contra o sistema imunitário do corpo. Isto porque, apesar de o sistema imunitário tentar combater o cancro, muitas vezes as defesas do corpo humano são incapazes de atuar, por não conseguirem reconhecer as células cancerígenas.

O líder da investigação, o cientista Stanley Riddell, explicou, durante o encontro anual promovido pela Associação Americana para Avanços da Ciência, a importância destes resultados.

“Isto é extraordinário. Nunca na medicina se tinham obtido níveis de resposta a esta escala em pessoas num estado tão avançado da doença.”

Para Riddell poderemos estar perante uma “mudança de paradigma” no tratamento do cancro.

O investigador salientou que é necessário continuar a trabalhar esta técnica, sublinhando que não se sabe durante quanto tempo os doentes vão permanecer num estado de remissão da doença. 

A equipa de Seattle estudou a aplicação desta técnica em doentes em estado terminal, que tinham entre dois a cinco meses de vida. Agora, o próximo passo é levar este tratamento a doentes que se encontrem noutras fases da doença.

Fonte: 
TVI24 Online
Nota: 
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