Novo livro sobre carcinoma da próstata alerta médicos para os melhores tratamentos
O autor explica que “este livro é dedicado ao carcinoma da próstata resistente à castração, e pretendem alertar os urologistas e oncologistas para o perfil farmacodinâmico, farmacocinético e o modo de ação dos novos fármacos que existem para o seu tratamento. Obviamente, em relação a todos os fármacos, será sempre explicado também, quais as dosagens e esquemas de tratamento. Assim como interações, e efeitos secundários”.
Apesar de este livro ser dedicado ao tratamento, Fernando Calais realça que o seu sucesso depende muito do estadio em que a doença é diagnosticada e explica que “a deteção precoce deve ser feita a partir dos 50 anos e até aos 70 anos. Se o homem tiver um familiar próximo (pai, avô, irmão, tio) com carcinoma da próstata deve começar aos 40 anos”.
Relativamente ao diagnóstico, o urologista esclarece que “precisamos inicialmente de fazer uma análise de sangue (PSA) e só depois, se se confirmar a possível suspeita, será feita uma biópsia prostática. Tem de se fazer sempre uma biópsia, uma vez que é a única maneira de confirmarmos se há ou não um carcinoma. Este procedimento é sempre feito com consentimento do doente, devendo ser-lhe sempre explicado todos os passos, assim como todos os prós e contras”.
“Há uma grande controvérsia em relação ao rastreio e diagnóstico precoce, no entanto manda o bom senso que quanto mais cedo for possível diagnosticar, maiores são as possibilidades de sucesso no tratamento”, conclui o especialista.
De acordo com o GPGU, as causas do cancro da próstata são objeto de intensa pesquisa. É provável que diversas causas estejam na sua origem, mas sabe-se que afeta predominantemente homens maduros, sendo raramente diagnosticado antes dos 40 anos, idade a partir da qual a sua incidência aumenta consideravelmente.
Estima-se que 30 a 40% dos homens com idade superior a 50 anos desenvolvam alguma forma de cancro prostático, embora só 20 a 25% destes cancros venham a ter significado clínico. No mundo, a incidência de cancro da próstata é muito variável consoante a zona geográfica. É maior na América do Norte e nos países nórdicos da Europa e menor nos países Asiáticos. Embora algumas destas diferenças possam ser atribuíveis ao desenvolvimento de programas de rastreio e ao risco existente para outras doenças em algumas regiões, é provável que, em parte, se devam a uma predisposição genética, aos hábitos alimentares e outros fatores ambientais.
Os homens com antecedentes familiares de cancro da próstata apresentam um risco acrescido de desenvolver a doença: estima-se que esse risco seja 2 a 11 vezes superior ao dos indivíduos sem história familiar da doença.
Existem alguns indicadores de que o estilo de vida ocidental esteja associado a um maior risco de cancro da próstata, mas não se sabe bem que fator ou fatores específicos deste estilo de vida podem estar diretamente implicados: ingestão excessiva de calorias, ingestão excessiva de gorduras e açúcar refinado, ingestão reduzida de frutas e legumes, falta de exercício físico, ou obesidade de um modo geral. Está, contudo, provado que a obesidade acarreta um maior risco de morte por cancro da próstata.